Cadastro positivo: os birôs de crédito (Serasa, SPC Brasil, Quod e Boa Vista) calculam notas que vão de zero a mil, em uma escala de bons pagadores (Getty Images/Getty Images)
Natália Flach
Publicado em 9 de julho de 2020 às 16h42.
Com o intuito de injetar ânimo na economia, há um ano entrou em vigor o cadastro positivo no país. O banco de dados já possui cerca de 100 milhões de pessoas físicas e jurídicas das 120 milhões estimadas. Ao todo, serão quatro fases, sendo que a primeira delas – que consiste no abastecimento de informações por parte das instituições financeiras – está avançada.
A segunda onda, que está em andamento, corresponde ao recebimento das informações de empresas de telecomunicações. Depois, virão os dados das concessionárias de energia elétrica, varejo, além das companhias de saneamento e gás. “Com a entrada desses outros segmentos, muitas pessoas e microempreendedores desbancarizados que pagam regularmente suas contas de serviços serão agregados ao mercado de crédito”, observa Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), em nota.
Funciona assim: os birôs de crédito (Serasa, SPC Brasil, Quod e Boa Vista) calculam notas que vão de zero a mil, em uma escala de bons pagadores. O sistema se assemelha a um boletim escolar. Imagine que um estudante tenha tirado notas altas em seis disciplinas, está pendente em uma matéria (ainda não fez a prova final) e ficou em recuperação em três. Pela analogia, o cadastro negativo só mostrava as três notas vermelhas. Agora, o cadastro positivo vai mostrar todos os resultados do aluno.
Portanto, no cadastro positivo, uma inadimplência momentânea é relativizada pelo histórico de pagamentos, amenizando o impacto na nota de crédito e proporcionando uma avaliação justa durante a calamidade pública.
“É crucial para credores, consumidores, empresas, economia e bem-estar social que as informações contidas nos bancos de dados dos birôs de crédito sejam tão abrangentes - incluindo as de aspecto positivo e negativo -, atuais e precisas quanto possível. Isso é extremamente importante em tempos normais e também em períodos excepcionais e desafiadores, como o que vivemos atualmente”, conclui Sfeir.