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BTG Pactual Digital terá home broker para investimento em ações

Um dos diferenciais da plataforma de negociação de ações do banco será permitir que o cliente financie as operações

Home broker: banco vai considerar todas as demais aplicações do cliente para calcular o limite de alavancagem.na plataforma (ipopba/Thinkstock)

Home broker: banco vai considerar todas as demais aplicações do cliente para calcular o limite de alavancagem.na plataforma (ipopba/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 25 de julho de 2018 às 10h25.

O BTG Pactual Digital, braço de varejo do banco de investimentos, lança nesta semana, inicialmente para seus clientes, o serviço de home broker, para compra e venda de ações via internet. O sistema está em testes desde fevereiro, primeiro com os funcionários, depois com parentes e amigos dos funcionários e, a partir desta semana, com os clientes cadastrados na plataforma, explica Marcelo Flora, responsável pelo BTG Digital. “Estamos bastante satisfeitos com os resultados da plataforma e resolvemos ampliar a oferta de produtos e serviços e chegou a vez do home broker”, afirma Flora.

Um dos diferenciais da plataforma de negociação de ações do BTG Digital será permitir que o cliente financie as operações, o que será possível porque a conta do investidor estará no banco, e não em uma corretora, como nos outros home brokers. “As corretoras não podem dar crédito, mas o banco pode, e nós não precisaremos fazer o cliente zerar suas posições no fim do dia se ele estiver investindo além do que tem em conta”, diz. O banco vai também considerar todas as demais aplicações do cliente para calcular esse limite de alavancagem.

Flora diz que por enquanto o home broker não está cobrando corretagem dos clientes. mas a partir de 1º de setembro será cobrado um valor fixo. “Não há ainda uma definição de quanto será cobrado do cliente por operação, mas vamos buscar ficar na média de mercado, nem o mais barato, nem o mais caro”, afirma.

O BTG está também estudando uma forma de usar seu departamento de análise de ações, um dos melhores do país, para o investidor de varejo. Hoje, todo o material é produzido em inglês, com uma linguagem técnica voltada para o grande investidor ou gestor de recursos. “Estamos discutindo de que maneira vamos traduzir esse conteúdo e adaptar a linguagem desses relatórios para que sejam compreensíveis para o investidor médio”, diz. Um dos primeiros passos será traduzir o relatório que traz as dez ações recomendadas para o mês. Outra ideia é criar um relatório semanal com um resumo das análises feitas pelos analistas em linguagem mais acessível, mas alinhada com a dos investidores institucionais. “O mais difícil já temos, que são os 30 analistas cobrindo diversos setores, e estamos animados em colocar esse serviço à disposição do varejo”.

Mais ações para pessoas físicas

O home broker do BTG reforça uma onda de valorização do investimento em bolsa para pessoas físicas. Na semana passada, a Toro Investimentos lançou sua corretora com um serviço voltado para o pequeno investidor e focado em educação financeira e indicações de ações. E a coreana Mirae Asset recentemente estruturou uma área de análise de ações e fez parcerias para abrir escritórios em Porto Alegre e Brasília.

Na B3, a parcela de pessoas físicas no volume negociado subiu de 14,7% em junho para 19,6% em julho, acumulando 17,3% no ano, mais que os 16,8% da média do ano passado.

Complemento do cardápio de investimentos

O home broker vai complementar a oferta de serviços do BTG Pactual Digital, que já conta com fundos de 80 gestores independentes. A cada semana, o serviço acrescenta mais cinco ou dez fundos. O serviço conta também com fundos de previdência de gestores independentes importantes, como SPX, Adam, Vinci, Ibiúna, seguindo o mesmo conceito dos fundos de investimentos, de arquitetura aberta. Há ainda os Certificados de Operações Estruturadas (COEs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), e papéis de bancos como CDBs, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliárias (LCI) de mais de 20 emissores.

O sistema oferece também o Tesouro Direto, sistema de negociação de títulos federais, desde maio do ano passado. Neste ano, o BTG criou um fundo Tesouro Selic Simples, que cobra somente 0,10% de taxa de administração, e custa menos que o investimento no Tesouro Direto, que tem a cobrança de 0,30% ao ano de taxa de custódia para a B3. O fundo tem aplicação mínima de R$ 500 e já tem R$ 72 milhões investidos.

O objetivo da casa é repetir no segmento de varejo e varejo de alta renda, que movimentam cerca de R$ 1,7 trilhão e têm 70 milhões de contas, a mesma fatia que o BTG tem no mercado de gestão de fortunas, de 10%. Ou seja, R$ 170 milhões e 7 milhões de contas. Flora não define, porém, um prazo para chegar a esse número.

Segundo ele, nesta semana, será divulgado um comunicado para os clientes informando que o home broker já estará funcionando na área logada do BTG Pactual Digital. Depois, o serviço será oferecido para outros investidores.

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