Com mais de R$ 300 bilhões em ativos sob gestão, a seguradora complementou seu portfólio de forma relevante no último mês (Brasilprev/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 11h22.
Nos últimos anos, com a forte queda da Selic no país, os planos de previdência privada, com recursos majoritariamente aplicados na renda fixa, começaram a ser vistos como um produto ultrapassado e, principalmente, caro. Como resultado, o segmento começou a sofrer com a concorrência cada vez maior de gestoras independentes, que passaram a oferecer produtos sofisticados. Mas a Brasilprev, do conglomerado do Banco do Brasil, é um exemplo de que o setor não está olhando para essas mudanças passivamente, sem buscar se adaptar.
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Com mais de R$ 300 bilhões em ativos sob gestão, a seguradora complementou seu portfólio de forma relevante no último mês, ainda que venha fazendo modificações nos produtos desde 2017. Passaram a ser oferecidos agora fundos de previdência com taxa de performance, com foco em clientes private (que têm ao menos 1 milhão de reais para investir), além de carteiras conforme o perfil de investidor, destinada ao público com menos conhecimento do mercado. Por fim, a seguradora começou a oferecer um fundo de fundos (FoF) de gestoras renomadas do mercado, como Vinci, JGP, Adam e Claritas.
Sandro Bomfim, superintendente de produtos da Brasilprev, aponta que não há mais como escapar de estratégias multimercado para rentabilizar o patrimônio na aposentadoria. "É um cenário que a seguradora americana do grupo, a Principal, vive há muitos anos. Portanto, a gente vem embutindo muitas das soluções de tecnologia dela na seguradora".
Com configurações pré-estabelecidas, as novas carteiras da seguradora têm como objetivo facilitar o processo de diversificação das estratégias de acordo com o perfil e objetivo.
São quatro, divididas em fatores de risco e com diferentes níveis de volatilidade: a Prudente é voltada aos clientes com perfil conservador, a Equilibrada para os moderados e a Dinâmica e a Audaz são para os arrojados e agressivos.
As carteiras estão inseridas na estrutura de um multifundo. Ou seja, caso em determinado momento o investidor queira uma segurança maior, pode realocar os recursos para a carteira mais conservadora, sem pagar, para isso, impostos e taxas.
Para investidores que preferem diversificar recursos por conta própria, a Brasilprev incorporou ao portfólio o Low Vol e Valor 70. Todas as opções têm o limite de até 20% da alocação no exterior, recentemente prevista em lei.
O Low Vol tem como objetivo ser a porta de entrada aos clientes que querem experimentar a diversificação, já que possui menor volatilidade dentre os fundos da categoria. Já o Valor 70 tem uma estratégia mais concentrada em renda variável ativa (70%).
As taxas de administração cobradas nos fundos variam entre 1,25% e 2%, conforme o valor de contribuição. Quanto maior esse valor, menos o cliente paga para ter acesso aos fundos.
Por fim, o Ciclo de Vida 2050 é a nova data-alvo de uma família de fundos lançada em 2007. Esse tipo de fundo é voltado para quem não tem tempo ou conhecimento para fazer a gestão dos recursos e quer deixar a diversificação a cargo de especialistas, que revisam e equilibram os percentuais de renda fixa e variável ao longo dos anos.
Conforme o participante do plano se aproxima da data da aposentadoria, o fundo passa a ser mais conservador, com foco na proteção do valor conquistado. "Complementamos a família com o fundo 2050, que tem foco em usuários com mais tempo para investir. O fundo é carregado de renda variável, pode investir até 70% do patrimônio nesses tipos de ativos", diz Bomfim.
A seguradora lançou quatro novas estratégias multimercado para investidores qualificados que cobram taxa de performance de 20% sobre o que exceder o índice de referência.
O fundo Valor pode alocar até 100% do patrimônio em renda variável e usa uma metodologia quantitativa. Já o Retorno Total tem a mesma estratégia, mas opta pela análise fundamentalista para escolher ações do portfólio.
Já o ASG inclui ativos de renda fixa e renda variável no Brasil e no exterior que tenham comprometimento com princípios sociais e ambientais. Por fim, o Low Vol aplica em juros, moedas, renda fixa e renda variável no Brasil e no exterior e tem por objetivo entregar retornos superiores ao CDI com baixo nível de volatilidade.