Enrique Bañuelos: bilionário vendeu controle da Agre à PDG (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O banco britânico Barclays considera que a aquisição da Agre pela PDG foi fechada em termos bastante favoráveis para a compradora, mas não tão interessantes para a vendedora. Após o negócio, o analista Guilherme Vilazante, do Barclays, elevou o preço-alvo das ações da PDG de 19 para 22 reais e incluiu os papéis na lista de "overweight" (com potencial de valorização acima da média do mercado). Às 11h01, as ações ordinárias da PDG (PDGR3) operavam em alta de 1,40%, para 16,68 reais. Já as ordinárias da Agre (AGEI3) recuavam 1,35%, para 8,04 reais.
O negócio será feito por meio de troca de ações. A Agre foi avaliada em cerca de 2,4 bilhões de reais. Cada papel da Agre será trocada por 0,495 ação da PDG, o que, segundo o Barclays, não implica em prêmio sobre a cotação dos papéis da empresa comprada no fechamento do pregão nesta segunda-feira.
O negócio é bastante positivo para a PDG, que passa a disputar com a Cyrela a liderança no segmento de incorporação de imóveis. Além de não ter pago prêmio pelas ações da Agre, a empresa poderá capturar sinergias com o negócio. Juntas, as duas empresas devem lançar entre 6,5 bilhões e 7,5 bilhões em imóveis neste ano.
Já para os acionistas da Agre o negócio pode ser considerado decepcionante. A empresa foi formada pela fusão da Agra, Abyara e Klabin Segall no ano passado. Todas tinham participação acionária do bilionário espanhol Enrique Bañuelos, que aproveitou a crise de 2008 para ir às compras no Brasil.
No mercado, sempre se especulou que Bañuelos poderia vender esses ativos tão rapidamente quanto os comprou. O bilionário, no entanto, negava essas versões e afirmava, inclusive, que poderia mudar sua residência para o Brasil. Os executivos da Agre também afirmavam que as cotações das ações da empresa ainda estavam bastante sub-avaliadas. Parecem, portanto, terem mudado de opinião de uma hora para outra.