Minhas Finanças

BB lança fintech para vender previdência privada online

Ciclic promete vender planos de previdência somente pelo site ou aplicativo, a taxas mais baixas, para quem conhece pouco sobre investimentos

Pessoas passam por agência do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)

Pessoas passam por agência do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 7 de dezembro de 2017 às 13h36.

São Paulo - A BB Seguridade, do Banco do Brasil, lançou a primeira fintech do mercado de previdência privada, em parceria com a Principal Finance Group. Chamada de Ciclic, a startup promete vender planos de previdência somente pelo site ou aplicativo, a taxas mais baixas, para quem conhece pouco sobre investimentos.

A ideia da fintech é incentivar que a previdência privada seja usada para outros objetivos de médio ou longo prazo além da aposentadoria. Ao acessar o site, o cliente escolhe um objetivo como comprar uma casa, fazer uma viagem ou montar um negócio –, informa quanto sua meta custará e quando pretende realizá-la. A  plataforma sugere um valor que o investidor deve poupar por mês.

“Diferente de um plano de previdência privada tradicional vendido online, criamos um produto simplificado, pensado para um consumidor digital. Em cinco minutos, o cliente consegue simular e contratar o plano no site, com custo reduzido”, explica o CEO, Raphael Swierczynski.

Por enquanto, a fintech oferece apenas um plano de previdência, desenvolvido em conjunto com a Brasilprev Seguros e Previdência, também do Banco do Brasil. O dinheiro das aplicações é investido em um fundo de renda fixa da BB DTVM, de risco conservador, pensado para se adequar a diferentes objetivos.

O plano é do tipo VGBL, ideal para quem é isento do Imposto de Renda ou declara pelo modelo simplificado. Na hora de resgatar a renda, o imposto incide apenas sobre os rendimentos e as contribuições realizadas não são tributadas.

“Criamos um plano simples, em uma plataforma que guia o cliente para realizar diversos objetivos. Queremos desmistificar que previdência privada é sinônimo de aposentadoria”, diz Swierczynski.

O projeto é desenvolver planos diferentes no futuro, segundo Swierczynski. No plano único, não há aporte inicial mínimo nem taxa de carregamento. A taxa de administração parte de 2% ao ano, mas pode chegar a 0,7% ao ano, de acordo com o montante investido.

Vale a pena?

Para o consultor financeiro André Massaro, de forma geral, as fintechs têm sido bem-sucedidas em desenvolver produtos financeiros simples e apresentá-los de forma mais clara para o público. A ideia de incentivar o uso da previdência privada para outros objetivos além da aposentadoria também é bem-vinda.

No entanto, ele recomenda que a previdência privada seja usada para objetivos de longo prazo, pois sua principal vantagem é o benefício fiscal. Quem escolhe a tributação pela tabela regressiva do Imposto de Renda e permanece no plano por mais de dez anos paga 10% de IR sobre o rendimento, menos que a alíquota de 15% para quem fica o mesmo período em fundos tradicionais ou em outros investimentos de renda fixa.

Para objetivos de curto prazo, outros investimentos de renda fixa que não cobram taxa de administração podem render mais, como títulos públicos e CDBs. Porém, eles exigem mais disposição para aprender sobre investimentos.

Para objetivos de longo prazo, quem estiver disposto a encarar a volatilidade do mercado pode conseguir retornos mais altos em fundos de previdência mais arrojados, que investem em renda variável.

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