Barclays diz que provisões legais da Oi podem ser insuficientes (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Os analistas do banco britânico Barclays rebaixaram sua recomendação para as ações da Oi (TNLP3). Eles justificam a decisão pelo fato dos resultados apresentados pela companhia no quarto trimestre de 2009 terem sido menores do que o esperado. O preço alvo para as ações passou de 22 para 15 dólares.
A previsão dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) também foi alterada, passando de 10,7 bilhões de dólares para 9,9 bilhões. A margem de lucro também foi reduzida de 1,37 para 1,20 bilhão de dólares.
Segundo o relatório do Barclays, os resultados da avaliação da Oi não são satisfatórios, dentre outras razões, por causa das provisões legais feitas pela empresa. A Tele Norte Leste Participações (TNE), que controla a Oi, fez provisões legais no valor de 5,1 bilhões de reais em 2009, com 2,4 bilhões relacionados às questões judiciais envolvendo a compra da Brasil Telecom pela Oi.
"Estimamos que as saídas de caixa relativas ao processo judicial retiraram 3 bilhões de reais do fluxo de caixa livre em 2009, muito mais do que o valor de 2008 (1,4 bilhão de reais). Notamos que estes valores não são explicitamente mostrados na declaração anual do fluxo de caixa", diz o relatório dos analistas. Eles estimam ainda que a TNE tenha gerado 567 milhões de reais de fluxo de caixa livre em 2009, bem abaixo das expectativas, devido aos processos legais em que está envolvida. "Uma vez ajustada para refletir essas responsabilidades legais, a avaliação da empresa é menos convincente do que a maioria das pessoas pensa", dizem os analistas.
As provisões relacionadas a obrigações legais são consideradas pela administração da TNE como "possíveis" de resultarem em pagamentos em dinheiro. Os analistas do Barclays afirmam que, como em anos anteriores, as provisões foram utilizadas, resultando em saídas de caixa significativas. Assim, o banco enfatiza a preocupação com o fato das perdas "possíveis" serem reclassificadas para "prováveis", gerando despesas prejudiciais para a companhia.
Às 17h05, as ações ordinárias da TNE operavam em queda de 2,17%, negociadas a 38,25 reais. O Ibovespa operava praticamente estável, com ligeira alta de 0,04%, aos 69,067 pontos.