Imóveis: bancos oferecem condições especiais de pagamento (Getty Images/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 10h46.
Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 11h33.
Cerca de 200 imóveis serão leiloados em todo o país no mês de novembro. São imóveis que foram retomados pelos bancos por falta de pagamento em financiamentos imobiliários.
O primeiro leilão é do Santander e acontece nesta quinta-feira, 12. São 53 imóveis comerciais, entre terrenos, salas, chácaras e galpões, espalhados por 10 estados.O pagamento pode ser parcelado em até 60 vezes.
No dia 23 de novembro, o Banco do Brasil irá leiloar um total de 62 lotes, entre casas e apartamentos em São Paulo, Rio Grande do Sul e mais 12 estados. A maior quantidade de ofertas está concentrada em Goiás, com 19 no total. Os lotes têm desconto de 3% para pagamentos à vista.
No dia 25 acontecerão dois certames: o Banco Inter levará a leilão 8 imóveis em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso. O pagamento pode ser financiado em até 240 meses. No mesmo dia, o Banco do Brasil leiloará outros 27 lotes, sendo 9 terrenos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Roraima e 18 imóveis em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Alagoas. O destaque é um terreno em Alegrete (RS) de 189,87 hectares e lance inicial de mais de 1 milhão de reais.
Já no dia 26, duas grandes oportunidades estarão em disputa. A primeira é um terreno na Avenida Washington Luís, em São Paulo, de 125m² e lance inicial de 400 mil reais. O espaço, localizado numa das principais vias de São Paulo, é também um dos últimos locais disponíveis para uso comercial no trecho da avenida em frente ao aeroporto de Congonhas - o segundo mais movimentado do Brasil. A segunda grande oportunidade desse dia é uma cobertura duplex em São Paulo. Com lance Inicial de 750 mil reais e área privativa de 118,99 m², o lote já possuía mais de 1 mil visitas no site da leiloeira Biasi 15 dias antes do leilão.
No mesmo dia, a 1ª praça de um leilão judicial do Tribunal de Justiça de SP, exclusivamente online, levará a certame dois imóveis comerciais, também na capital: um em Cerqueira César, com área de 77,08 m² e lance inicial de R$ 1,2 milhão, e outro em Pinheiros, com lance mínimo de 2,3 milhões de reais e que já possui quase 1 mil visitas no site da Biasi. Na segunda praça, que acontece dia 16 de dezembro, os lotes serão vendidos por 60% do valor de avaliação atualizado.
Por fim, o Itaú Unibanco levará a certame 44 imóveis, entre casas, apartamentos e sala comercial, com valores até 50% abaixo do valor de mercado, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Mato Grosso do Sul e Amapá. Todos os lotes têm 10% de desconto para pagamento à vista ou podem ser parcelados em até 78 vezes. Os débitos de condomínio e IPTU serão quitados até a data do leilão, no dia 27. Entre os destaques está uma casa em Niterói (RJ), com terreno de 180 m². O lote tem lance inicial de 294.600,00 reais.
São Paulo concentra a maior parte das oportunidades do mês: serão leiloados, ao todo, 53 lotes no estado, sendo 12 na capital e os demais no interior e litoral. Entre os destaques que irão a certame pelo Itaú Unibanco estão um apartamento na capital de 362,05 m² de área privativa, 723,92 m² de área total e lance mínimo de 673.300,00 reais, e uma casa na praia em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, de 267,25 m² de área construída, 285,00 m² de área total e lance inicial de 863.300,00 reais.
Os lances podem ser dados presencialmente, na sede da Biasi Leilões (Avenida Fagundes Filho n° 145 - Conjunto n° 22 - Vila Monte Alegre - São Paulo/SP), ou através do site http://www.biasileiloes.com.br. Apenas os leilões do Banco Santander e do Banco do Brasil serão exclusivamente online.
Apesar dos descontos serem atrativos, antes de comprar um imóvel em um leilão é necessário tomar alguns cuidados. O primeiro é optar por imóveis que estejam desocupados, já que muitas vezes a saída do morador da casa arrematada pode ser discutida na Justiça, mesmo o comprador tendo em mãos uma carta de arrematação que permite solicitar a desocupação. Para ir à Justiça, o comprador do imóvel precisará contratar um advogado e precisar de uma dose de paciência, já que a data de desocupação pode demorar mais do que o esperado.
Outra dica importante é pesquisar se o imóvel tem outras dívidas, como IPTU e taxas que deixaram de ser pagas pelo antigo morador. Os pagamentos desses débitos serão de responsabilidade do comprador. Vale lembrar que a compra de um imóvel implica arcar com o pagamento de outras despesas, como a taxa de registro em cartório, o imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI).
É fundamental também avaliar a forma de pagamento do imóvel determinada no edital do leilão. Muitos leilões não permitem, por exemplo, a utilização do FGTS no pagamento do imóvel arrematado. Também é necessário pagar ao leiloeiro uma comissão adicional de 5% do valor do lance no ato da arrematação. Por outro lado, muitas vezes é possível obter descontos de até 10% se o pagamento for feito à vista. Em geral, é necessário arcar com um sinal correspondente a 30% do valor do imóvel e o saldo devedor pode ser dividido em diversas parcelas. Alguns leilões permitem o financiamento da dívida, mas é necessário contratar o empréstimo com antecedência.
Por fim, verifique no edital a descrição das condições de venda, o estado de conservação, a forma de pagamento, o preço mínimo, a comissão do leiloeiro, os impostos e o modelo de contrato que será assinado pelas partes.