Itaú (Itaú/Wikimedia Commons)
Anderson Figo
Publicado em 30 de maio de 2019 às 05h00.
Última atualização em 30 de maio de 2019 às 05h00.
Os grandes bancos brasileiros registraram o melhor retorno em dividendos (dividend yield, equivalente ao ganho em relação ao valor da ação) desde o segundo trimestre de 2014, aponta levantamento feito pela Economatica.
Além disso, os bancos brasileiros lideram a lista dos bancos com maior retorno no mundo considerando o valor de seus recibos de ações (American Depositary Receipts, ou ADRs) negociados em Nova York. O levantamento considerou todos os bancos da América Latina, Estados Unidos e demais bancos do mundo com ADRs e com ativo total superior a US$ 100 bilhões.
O Brasil é representado nessa lista por quatro bancos, os EUA por 19 instituições e os demais países por 26 casas. Para o levantamento, a Economatica considerou somente uma ação por instituição, a de maior volume financeiro negociada nos últimos 30 dias.
A mediana dos quatro bancos brasileiros no dia 24 de maio de 2019 é de 6,79% de retorno sobre o valor da ação, o mais alto desde 30 de junho de 2014, relativo ao segundo trimestre daquele ano.
Segundo Einar Rivero, autor do estudo, o gráfico demonstra que os bancos brasileiros na mediana sempre tiveram melhor desempenho que a mediana dos bancos dos USA ou dos bancos do mundo com ADR´s negociados em New York.
Nos últimos três trimestres, os bancos dos USA ultrapassam os bancos do mundo. A mediana do “dividend yield” dos bancos americanos no dia 24 de maio de 2019 é de 2,69%. O maior valor registrado no período analisado foi registrado no segundo trimestre de 2017, com 2,70%.
Já os bancos do mundo com ADR´s em NY registraram seu melhor momento no primeiro trimestre de 2017 com 3,96%.
A Economatica fez uma lista das 20 ações com melhor retorno em dividendos nos 12 meses fechados em 24 de maio de 2019.
O “dividend yield” de 8,14% sobre o ADR coloca a ação preferencial do Itau Unibanco (ITUB4) na liderança dos 49 bancos da amostra. O segundo melhor desempenho é o da ação ordinária do Banco do Brasil (BBAS3) com 6,95%. Na quarta posição está a unit (recibo de ações) do banco Santander Brasil (SANB11) com 5,34%, a sua controladora na Espanha está na oitava colocação com 4,38%.
O banco Bradesco tem desempenho mais modesto, com a sua ação preferencial (BBDC4) ocupando a 12ª posição, com 3,71% de “dividend yield”.
Entre as 20 ações de grandes bancos com melhor “dividend yield” da América Latina, EUA e bancos do mundo, há seis bancos dos EUA. Brasil e Inglaterra têm quatro representantes, Coréia do Sul e Espanha apresentam duas instituições e Austrália e Holanda têm um banco cada.
Para o levantamento a Economatica calculou o “dividend yield”, ou retorno em dividendos de duas maneiras. No Brasil, os dividendos e juros sobre capital próprio informados à B3 nos últimos 12 meses até 24 de maio de 2019 são somados e divididos pelo preço da ação no dia 24 de maio de 2018, sem ajuste por dividendos e juros sobre capital.
Nos demais países, os dividendos informados às bolsas dos EUA nos últimos 12 meses até 24 de maio de 2019 são divididos pelo preço da ação no dia 24 de maio de 2018, também sem ajuste por dividendos.
Esta reportagem foi publicada originalmente na Arena do Pavini.