Proteção para o carro: foco do produto é quem ainda não tem este tipo de proteção (Jirsak/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 07h00.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 17h57.
São Paulo - A Azul Seguros, empresa do grupo Porto Seguro, se adiantou com relação a outras empresas do mercado e deve lançar este mês um seguro de carro mais barato para São Paulo, capital e região metropolitana.
A proteção valerá para carros com valor de até 60 mil reais, fabricados há cinco anos ou mais, e tem como foco o público que ainda não tem um seguro para o veículo porque não consegue encaixar a despesa no orçamento.
Uma das razões para o seguro Azul Auto Popular ter custo reduzido em até 30% será a utilização de peças usadas em eventuais sinistros, conforme decisão recente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que autorizou as seguradoras a utilizarem peças de desmontagem em consertos dos carros segurados, provenientes de empresas credenciadas.
O seguro também permitirá o uso de peças de reposição não originais novas similares às dos fabricantes de veículos. O serviço poderá ser realizado em oficinas referenciadas ou de livre escolha, com peças fornecidas pela Renova Ecopeças, empresa do grupo que tem experiência no segmento.
Em casos de reparos de freios, suspensão, amortecedores e pneus, que são itens de segurança, serão utilizadas peças novas.
O uso tanto de peças de desmontagem como de peças novas não originais será amplamente comunicado aos segurados no momento da contratação do seguro.
Para obter uma redução de até 30% do preço, a empresa também irá oferecer menos coberturas do que os seguros tradicionais. O produto terá cobertura básica para colisão, roubo, furto, indenização de 80% a 90% do valor do carro em caso de roubo, assistência 24 horas e guincho em até 100 km.
Estão também incluídas na proteção as coberturas de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF), com indenização de 25 mil reais; e opcional de Danos Morais e Estéticos Facultativo, com indenização de 5 mil reais ou 10 mil reais.
O produto não contempla alguns serviços, como contratação de vidros, carro extra, acessórios, equipamentos, higienização e despesas extras. A livre escolha de oficina ou o uso de oficinas referenciadas deve ser feita no momento da contratação.
Para Gustavo Mello, especialista em seguros, o novo produto atende consumidores que não podem pagar por uma proteção mais completa. "Ainda que as peças sejam usadas, elas continuarão a ter garantia, que costumam variar de três meses a um ano". O fato do seguro ser específico para carros mais velhos também é positivo, diz Mello. "Algumas seguradoras não aceitam proteger carros mais antigos ou cobram muito caro por isso".
No entanto, ele alerta para algumas características que barateiam o produto, mas podem representar grandes prejuízos para o segurado. "A indenização contra terceiros de 25 mil reais, por exemplo, é muito baixa. Se o segurado bate em um carro importado ou atropela uma pessoa, ele vai gastar muito mais. Hoje, no mercado, encontramos indenizações de mais de 100 mil reais nestes casos".
Outro ponto que merece atenção é o pagamento de 80% a 90% do valor do carro pela Tabela Fipe em caso de roubo. "É um claro desestímulo a deixar o carro na rua, já que a seguradora, caso o veículo seja roubado, vai pagar bem menos do que ele vale, já que a tabela Fipe mostra a média de preço do veículo. Uma proteção tradicional costuma cobrir ao menos 100% desse valor, enquanto outras podem pagar 110%".
Diante dessas considerações, diz Mello, o desconto de 30% no valor do seguro não parece suficiente. "Ele deveria ser mais barato ainda. É um seguro popular, mas ao menos tempo não é".