Minhas Finanças

Aumenta o endividamento de famílias de classe baixa no país

Cerca de 16% das famílias com renda até 4.999 reais não tinham pendência financeira há um ano mas passaram a ter, enquanto 19% tinham débitos que aumentaram

Pedro Poli Romero, superintendente de Banco Digital no PAN: “as famílias de baixa renda têm como meta comprar casa própria, quitar dívida e se formar na faculdade. Já aquelas com renda acima de 4.999 reais têm, entre seus objetivos, conquistar uma aposentadoria tranquila" (Banco Pan/Divulgação)

Pedro Poli Romero, superintendente de Banco Digital no PAN: “as famílias de baixa renda têm como meta comprar casa própria, quitar dívida e se formar na faculdade. Já aquelas com renda acima de 4.999 reais têm, entre seus objetivos, conquistar uma aposentadoria tranquila" (Banco Pan/Divulgação)

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Natália Flach

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 05h00.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 06h55.

São Paulo - A maioria das famílias das classes C, D e E está endividada, e as dívidas têm aumentado. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Plano CDE a pedido do Banco PAN, 16% das famílias com renda até 4.999 reais não tinham pendências financeiras há um ano mas passaram a ter, enquanto 19% tinham débitos e eles aumentaram no mesmo período. Por outro lado, 34% dos entrevistados conseguiram reduzir seus passivos, mas não zerá-los.

Cortar gastos supérfluos tem sido o jeito encontrado pelas famílias para driblar a falta de dinheiro no fim do mês. Despesas com alimentação fora de casa, lazer, compras de roupas e sapatos e até serviços de beleza estão na lista de itens excluídos.

"As famílias de baixa renda têm como meta comprar casa própria, quitar dívida e se formar na faculdade. Já aquelas com renda acima de 4.999 reais têm, entre seus objetivos, conquistar uma aposentadoria tranquila", explica Pedro Poli Romero, superintendente de Banco Digital no PAN.

Essa discrepância de propósitos mostra que as classes mais baixas têm dificuldade para fazer planejamento financeiro de longo prazo, o que não surpreende, afinal, estão lutando para resolver o curto prazo.

Até porque o desemprego é mais acentuado entre os mais pobres. De acordo com a pesquisa, enquanto 16% das classes C, D e E buscam emprego, apenas 5% das classes mais altas o fazem. Uma das explicações é a menor escolaridade em relação aos mais ricos. Enquanto apenas 30% daqueles com renda familiar até 4.999 reais se formaram na faculdade, o percentual sobe para 62% no caso das pessoas com renda acima desse valor.

Esse quadro tem reflexos até nos hábitos de consumo pela internet. De acordo com levantamento, 35% dos mais pobres não confiam ou não acham seguro fazer compras pela rede de computadores. Já 29% não possuem cartão de crédito, o que dificulta realizar esse tipo de transação.

No mundo físico, a situação não é tão mais fácil. Segundo 85% dos entrevistados das classes inferiores, eles já foram barrados pela porta giratória das agências e 25% foram vigiados de perto pelos seguranças dos bancos.

Isso ajuda a explicar a visão negativa dessas instituições. Para 49% dos entrevistados de baixa renda, os bancos abusam de seus clientes; já 29% deles acham que os bancos só concedem crédito para quem não precisa de dinheiro.

De fato, a oferta de crédito é mais limitada para o grupo de menor renda. Apenas 35% das classes C, D e E têm crédito pré-aprovado - principalmente de 1.000 a 8.000 reais - contra 54% das famílias com renda de mais de 4.999 reais que, em geral, têm mais de 8.000 reais disponíveis. E o crédito tomado é normalmente mais relacionado a emergências do que a gastos planejados – especialmente na menor renda.

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