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1. Hypermarcas
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A empresa construída por João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, a partir de aquisições em série foi durante toda a década passada vista com bons olhos pelo mercado. As ações foram incluídas em quatro dos
22 portfólios sugeridos pelas corretoras para maio, mas, há alguns meses, já chegaram a figurar em metade dessas carteiras. A máquina de aquisições da Hypermarcas funcionou muito bem até dezembro, quando a empresa anunciou a compra da Mantecorp por 2,5 bilhões de reais. O negócio a transformou em líder brasileira do setor de medicamentos, mas foi considerado caro por analistas. Como a empresa tinha um bom histórico de aquisições, entretanto, o caldo só entornou de verdade após a divulgação do balanço do primeiro trimestre. Os números mostraram que a série de aquisições realizadas em 2010 aumentou as despesas operacionais e reduziu o lucro da companhia. Os analistas do HSBC também chamaram a atenção para a queda de receitas no trimestre e reduziram o preço-alvo dos papéis de 28 para 21 reais (
clique aqui e veja). O impacto disso no mercado? As ações da Hypermarcas acumulam baixa de 25,4% neste ano e de 20,4% em maio, o pior resultado do Ibovespa para o mês.
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2. OGX
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2/7 (André Valentim/EXAME)
Desde que estreou na bolsa, a joia do império construído pelo bilionário Eike Batista sempre se manteve entre as prediletas da bolsa. A OGX encontrou petróleo em 90% dos blocos perfurados até agora, o que, segundo a própria empresa, lhe garante o maior índice de acerto do mundo. A ação se mantém em oito das 22 carteiras de ações indicadas pelos analistas para maio. A empresa também foi a terceira mais recomendada no Guia Onde Investir 2011 de EXAME, atrás apenas de Vale e Petrobras. O desempenho obtido neste ano, entretanto, é muito ruim. A ação da OGX acumula baixa de 25,4%, a terceira maior do Ibovespa. O humor do mercado começou a azedar no ano passado, quando a companhia adiou a venda de blocos de petróleo da Bacia de Campos. O dinheiro seria usado para dar continuidade à campanha exploratória e para comprar plataformas e aumentar a produção. Em abril, as expectativas do mercado foram revertidas de vez com a divulgação do relatório da consultoria D&M sobre suas reservas. O mercado esperava números mais expressivos para os reservatórios da empresa em condições de serem explorados rapidamente.
Em entrevista a EXAME.com no final de abril, o diretor-geral da empresa, Paulo Mendonça, afirmou que a empresa não tem pressa para levantar dinheiro, não fará uma nova oferta de ações e terá caixa suficiente para entregar o que foi prometido ao mercado em termos de produção. De qualquer forma, os investidores continuam com um pé para trás com a OGX.
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3. Cyrela
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A empresa sempre foi sinônimo de competência no setor de incorporação imobiliária por possuir uma excelente gestão, uma capacidade de desenvolvimento de projetos que impressiona até os competidores e uma velocidade de vendas acima da média do mercado. Outra grande vantagem da Cyrela era sua posição de liderança em receitas, que foi perdida no ano passado para a PDG Realty. É verdade que a empresa só superou a Cyrela devido à compra da Agre, mas o baque foi sentido no mercado. A ação da Cyrela é negociada hoje com múltiplos inferiores ao de rivais como a PDG e a MRV. Além do surgimento de concorrentes poderosos, o relacionamento de amor entre a Cyrela e o mercado também foi afetado pela divulgação do balanço do quarto trimestre. A empresa anunciou margens de lucro bem menores e custos acima da expectativa para o desenvolvimento de projetos. Com uma economia plenamente aquecida, a Cyrela tem sido obrigada a pagar mais por praticamente tudo - de terrenos a guindastes e mão de obra. Na mensagem ao mercado que acompanhou a divulgação do balanço, a direção da empresa prometeu esforços para entregar resultados melhores no futuro – o que ainda não foi suficiente para reverter o ceticismo dos investidores. As ações da Cyrela acumulam uma baixa de 27,1% neste ano, o pior resultado do Ibovespa.
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4. Vale
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4/7 (Divulgação)
Maior empresa privada do Brasil e segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da australiana BHP, a Vale há anos é queridinha do mercado. Entre os
30 especialistas consultados por EXAME no Guia Onde Investir 2011, 27 recomendaram o investimento nas ações da empresa. Já entre as 22 carteiras de ações mais indicadas para maio divulgadas pelas corretoras, a Vale estava presente em um recorde de 18. Os resultados da mineradora na bolsa, entretanto, não têm feito jus a tanto. As ações ordinárias da Vale acumulam queda de 8,4% neste ano e as preferenciais classe A perdem 6,4%. O resultado é até parecido com o do Ibovespa, que recuou 6,4% no período. A diferença é que os papéis já caíram quase 20% em relação às máximas atingidas em 2011. Também vale lembrar que o momento não é ruim para a indústria de mineração. As ações da BHP, principal concorrente, acumulam alta de 5% neste ano. A Vale ficou para trás principalmente devido à substituição de seu ainda presidente, Roger Agnelli, por Murilo Ferreira. O mercado aprovou o nome do novo executivo devido a seu vasto conhecimento sobre o setor de mineração e seu perfil técnico e discreto. O que trouxe desconfiança foi a forma como o governo Dilma forçou a substituição de Agnelli. O temor dos investidores é que a presidente da República possa forçar a Vale a tocar projetos pouco rentáveis e fora de seu escopo principal de negócios. O primeiro deles, inclusive, já saiu. A Vale anunciou neste mês que vai investir na usina hidrelétrica de Belo Monte em condições que muitas das maiores empresas do setor elétrico não consideraram vantajosas. Se tiver de desenvolver diversos projetos como esse ao invés de manter o foco em lucrativos projetos de mineração ao redor do mundo, a rentabilidade futura da empresa será inevitavelmente prejudicada.
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5. Petrobras
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5/7 (Germano Lüders/EXAME.com)
Após um ano de 2010 muito ruim para quem investe em Petrobras, a expectativa do mercado era de que os bons ventos voltassem a soprar para a estatal. Afinal, a empresa realizou em outubro a maior oferta de ações da história mundial, está capitalizada e possui reservas de petróleo que lhe garantem décadas e mais décadas de receitas. O momento também ajuda, com a forte alta do preço do barril no mercado internacional. Não é à toa que a Petrobras foi a segunda ação mais indicada pelos analistas na edição Onde Investir 2011 de EXAME e está em 16 das 22 carteiras recomendadas pelas corretoras para investimentos em maio. A estatal até teve um bom começo de ano, mas as coisas começaram a azedar a partir do momento em que o mercado entendeu que a alta do preço do petróleo não seria repassada para o valor cobrado pela gasolina automaticamente. Para que o reajuste não tivesse impacto na inflação, que já superou o teto da meta, o governo chegou a aventar a possibilidade de reajustar a gasolina nas refinarias e reduzir a Cide (um tributo federal) como forma de anular o impacto ao consumidor. Precisando cumprir uma meta fiscal acima da obtida em anos anteriores, o governo não apenas descartou essa solução tributária como determinou, nesta quarta-feira, que a BR Distribuidora, que transporta combustíveis para a Petrobras, reduza em 6% o preço da gasolina e em 13% o valor do etanol vendidos aos postos. O resultado de tudo isso no mercado, obviamente, não poderia ser bom. As ações preferenciais da Petrobras, que caíram 30% em 2010, levam um tombo de mais 8,6% neste ano.
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6. Cosan
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6/7 (Divulgação/EXAME.com)
A Cosan é outra empresa paparicada no mercado que não tem sido ajudada em nada pelo governo. Líder em etanol no Brasil, a empresa começou o ano com a expectativa de capturar as sinergias de sua joint-venture com a Shell. A alta do preço do açúcar no mercado internacional e do álcool combustível nos postos brasileiros também deveria favorecer a empresa. Já a área de distribuição da Cosan deveria se beneficiar do crescimento da renda dos brasileiros, que levou ao aumento no consumo de combustíveis. Levando em consideração todos esses fatores, os resultados das ações da empresa não poderiam ser mais frustrantes. Os papéis da Cosan acumulam baixa de 16,2% neste ano. E o que aconteceu para que o mercado fugisse desses papéis? A única explicação apresentada pelos analistas é a interferência do governo. Por decisão federal, a ANP passou a regular o mercado de etanol. Reportagens publicadas em jornais também revelaram que a presidente Dilma estava irritada com os usineiros devido aos baixos estoques e aos altos preços do etanol. O governo teria até mesmo aventado a possibilidade de taxar as exportações de açúcar ou obrigar as empresas do setor a direcionar determinada fatia da moagem de cana compulsoriamente à produção de etanol. Como o mercado nunca gosta de maior regulação estatal e ainda não confia em Dilma da mesma forma que em Lula ou FHC, houve impacto nas cotações.
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7. Usiminas
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7/7 (Divulgação)
Ainda que não esteja em seu melhor momento, o setor de siderurgia conseguiu emplacar uma recomendação na carteira das 10 ações mais indicadas pelos analistas na edição Onde Investir 2011. Os papéis preferenciais classe A da Usiminas foram os preferidos por seis dos 30 analistas ouvidos por EXAME. As ações, no entanto, registram forte queda de 19,9% neste ano devido, entre outros motivos, à queda do dólar e ao ganho de competitividade do aço importado. Para piorar, quem possui ações preferenciais da empresa não se beneficiaria diretamente de uma eventual entrada da CSN ou da Gerdau no bloco de controle da companhia. Os acionistas teriam, sim, o benefício de investir em uma empresa com poder de mercado e escala suficientes para reduzir os custos e aumentar as margens de lucro. O eventual ágio a ser pago por CSN ou Gerdau, entretanto, deverá ser capturado de forma direta somente pelos detentores das ações ordinárias. Não é à toa que os papéis ON da Usiminas vão na contramão e sobem 10% neste ano.