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As 9 armadilhas de cartões de crédito que mais doem no bolso

Conheça as principais ciladas que pegam os usuários dos cartões e veja como evitá-las


	Cartões de crédito: cuidado com as armadilhas do meio de pagamento
 (Daniel Acker/Bloomberg)

Cartões de crédito: cuidado com as armadilhas do meio de pagamento (Daniel Acker/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 10h18.

São Paulo - O cartão de crédito é cada vez mais utilizado e se populariza no país, mas consumidores ainda têm muitas dúvidas em relação ao uso e aos contratos que definem as regras desse meio de pagamento.

No site Reclame AQUIque soluciona conflitos entre consumidores e empresas de todo país, foram registradas 50 mil queixas de clientes relacionadas aos cartões de janeiro a agosto deste ano.

Edu Neves, diretor do site, explica que a maior parte das reclamações é ligada ao uso indevido do cartão, fruto do desconhecimento das cláusulas previstas nos contratos.

Para evitar algumas armadilhas da modalidade de crédito, portanto, Neves recomenda que os clientes conheçam bem as regras definidas nos contratos e os erros tipicamente cometidos pelos usuários.

Conheça a seguir as nove maiores armadilhas do uso dos cartões e saiba como evitá-los:

1 Não pagar o valor mínimo da fatura

Pagar o valor mínimo da fatura do cartão de crédito deve ser a última opção do consumidor devido às altas taxas de juros cobradas pelo serviço. Mas, pior do que pagar a parcela mínima da fatura, pode ser não conseguir pagar nem isso. 

O consumidor que não consegue pagar esse mínimo pode ter o crédito suspenso em uma semana, dependendo da instituição financeira na qual o serviço foi contratado. Esse crédito volta a ficar disponível apenas depois que o pagamento for efetuado.

O cuidado deve ser redobrado no caso de instituições financeiras que preveem o desconto automático do valor da fatura na conta corrente do cliente.

Se o consumidor não tiver recursos suficientes para o pagamento do valor mínimo na data de vencimento da fatura, o crédito pode ser automaticamente suspenso.

2 Desconhecer a cobrança de seguros

A contratação do cartão de crédito pode incluir a cobrança de seguros, como contra roubos e fraudes, que não são obrigatórios e não foram expressamente autorizados pelo consumidor.

Dependendo da instituição financeira, essa taxa a mais é descontada em parcela única na fatura, o que pode surpreender o usuário.

Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ressalta que o seguro costuma ser mais uma forma de as instituições financeiras se protegerem contra riscos do que um benefício para o consumidor.

A cobrança indevida do seguro, dependendo da situação, pode inclusive gerar multas à empresa que incluiu descontou o valor do produto sem consultar o cliente. Foi o que ocorreu recentemente com a Mapfre e a Vivo, que cobraram um seguro junto à conta telefônica dos clientes e foram multadas pelo Procon. 

Caso o cliente perceba a cobrança de algum tipo de serviço não contratado, vale questionar a empresa e se for o caso buscar os órgãos de defesa ao consumidor. 

3 Parcelar a fatura

Para a economista do Idec, achar que o parcelamento da fatura é um benefício concedido pelo banco é uma das maiores ciladas dos cartões de crédito.

As instituições financeiras costumam incentivar o parcelamento da fatura. “Apesar da publicidade, os juros ainda são mais altos do que o de outras linhas, como do crédito pessoal”, diz Ione.

Ao parcelar a fatura, o cliente entra no chamado crédito rotativo, que tem uma das taxas de juros mais altas do mercado. “Parcelar a fatura do cartão induz ao endividamento”, conta a economista.

Caso o cliente não tenha condições de pagar a fatura, é preferível recorrer ao crédito consignado, uma das linhas de crédito mais baratas do mercado.

4 Demorar para cancelar uma compra

Se o consumidor quiser cancelar uma compra feita no comércio eletrônico com o cartão de crédito, o valor somente será devolvido na próxima fatura.

O prazo de devolução do valor pode chegar a ser de até 40 dias se o consumidor fizer a solicitação depois que a fatura já foi fechada. "O dinheiro somente será devolvido na fatura do mês seguinte”, diz Neves, do Reclame Aqui.

O valor devolvido pode também ser apenas abatido do valor da fatura do cartão, dependendo do contrato do banco.

Nesse caso, o consumidor terá o desconto apenas quando realizar compras equivalentes ao valor a ser devolvido no cartão de crédito.

5 Pagar qualquer tipo de conta ou sacar dinheiro com o cartão de crédito

Ao pagar contas utilizando o cartão de crédito, é cobrada uma tarifa por cada operação.

Se o usuário usar o cartão para pagar cinco contas, por exemplo, as tarifas serão cobradas cinco vezes e podem representar um gasto relevante.

Para quem usa a função crédito ao sacar dinheiro nos caixas, o banco cobra os juros do crédito rotativo, além de tarifa. "Ambos os serviços são caros e devem ser evitados", diz Ione, do Idec.

Especialistas não recomendam o uso do plástico para contas mensais. Como esses pagamentos são feitos todo mês, se forem pagos no cartão de crédito, as parcelas nunca irão acabar, já que a cada mês novas contas virão, mesmo que as mais antigas já tenham sido quitadas.

Veja quais são os "bons" os "maus" parcelamentos.

6 Pedir aumento do limite de crédito para finalizar a compra em uma loja

Ligar para o banco para pedir aumento do limite de crédito logo após uma compra ter sido recusada, dentro do estabelecimento comercial, tem um custo maior.

O banco cobra pela avaliação emergencial de crédito e a tarifa pode chegar a dois dígitos. “Caso o consumidor tivesse negociado o aumento do limite de crédito na agência, com seu gerente, não teria este custo”, diz Ione Amorim, do Idec.

As instituições financeiras também podem cobrar a taxa automaticamente quando o usuário do cartão perde o controle nas compras e ultrapassa o limite de crédito disponível.

7 Ter mais de um cartão de crédito

O consumidor que quiser ter um cartão de crédito do banco, da loja e também do supermercado deve ter consciência de que irá multiplicar o pagamento de taxas, como a anuidade, que podem não compensar os benefícios a mais.

O risco de descontrole do uso do crédito também aumenta, diz Ione Amorim, do Idec.

Especialistas recomendam o uso de mais de um cartão apenas para quem tem um controle muito grande sobre suas finanças. Nesse caso, ter mais de um cartão pode significar mais milhas, além da possibilidade de ter diferentes vencimentos para as faturas.

8 Não negociar reduções nas taxas de anuidade

Cliente que têm um relacionamento longo com o banco ou que movimentam um volume grande de recursos podem - e devem - negociar a taxa de anuidade do cartão de crédito.

Como o banco tem interesse em manter esse cliente na instituição, as chances de conseguir uma taxa mais barata são grandes.

Essa negociação também vale para o usuário que deseja parcelar o valor da anuidade.

9 Pagar por um cartão com serviços que você não usa

Cartões com muitos benefícios podem não compensar o pagamento de uma anuidade mais alta caso não sejam utilizados pelo usuário.

Antes de adquirir o serviço, o consumidor deve verificar se as funcionalidades do cartão são adequadas às suas necessidades. 

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