Invest

Arroz e feijão sobem mais de 60% e se tornam os vilões do prato brasileiro

Reajuste ficou dez vezes acima da inflação média apurada pelo IPC/FGV

Arroz subiu 60,8% no período pesquisado, e o feijão quase 9 pontos percentuais a mais (69,1%) (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Arroz subiu 60,8% no período pesquisado, e o feijão quase 9 pontos percentuais a mais (69,1%) (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 23 de abril de 2021 às 14h43.

Última atualização em 23 de abril de 2021 às 14h53.

O arroz com feijão, a base do prato do brasileiro, aumentou mais de 60% nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento do FGV IBRE. O reajuste ficou dez vezes acima da inflação média apurada pelo IPC/FGV (6,1%). O arroz subiu 60,8% no período pesquisado, e o feijão quase 9 pontos percentuais a mais (69,1%).

As dívidas tiram o seu sono e você não sabe por onde começar a se organizar? A EXAME Academy mostra o caminho

Quando outros alimentos são incluídos, a cesta do prato feito (composta de dez itens) apresenta variação média de 23,2%. É quase o dobro de todo o grupo alimentação do IPC/FGV (11,8%), que engloba os alimentos comprados no mercado e a alimentação fora de casa (em bares e restaurantes).

Dentro da cesta do prato feito vale destacar o aumento das proteínas: carnes bovinas (27,2%), frango (13,9%) e ovos (10%). Entre os alimentos in natura, as maiores altas foram da cebola (41,1%) e da batata (19,4%). O único produto que baixou de preço foi o tomate, com queda de 24,6%.

O pesquisador do FGV IBRE Matheus Peçanha avalia que a escalada de preços foi acentuada nos últimos anos com a desvalorização do real frente ao dólar. "Esse movimento do câmbio induz um aumento nas exportações, sobretudo dos cereais e das carnes, favorecendo a redução da oferta interna e pressionando os preços".

Esse cenário tornou-se mais crítico, segundo o pesquisador, com a pandemia, que fortaleceu a demanda por alimentos, contribuindo para o aumento de preços também pelo lado da demanda.

Como economizar

Para a educadora financeira Carol Stange, vivemos um momento difícil por causa da pandemia e qualquer tipo de economia que for possível colocar em prática pode ajudar muito no final do mês.

Veja abaixo as dicas de Stange para evitar o endividamento com a compra de alimentos:

Anote todos os gastos

Você sabe exatamente qual o valor mensal de suas despesas com alimentos e demais itens da despensa? Se respondeu não a essa pergunta, a sugestão é fazer um controle que inclua até mesmo os pequenos gastos, como a padaria.

Defina prioridades para as compras de alimentos 

A compra mensal pode ser uma opção interessante para produtos de higiene, limpeza e cereais que têm prazos de validade mais longos. Para alimentos frescos, programe uma compra semanal e reflita sobre qual é o melhor dia para comprar.

Crie também o hábito de identificar os alimentos necessários para preparar as refeições da semana. Antes de ir ao supermercado, confira os itens que faltam na geladeira e na despensa.

Use a calculadora do celular para ir somando cada item que você coloca dentro do carrinho para facilitar o controle dos gastos antes de chegar ao caixa.

Pesquise preços e aproveite promoções

Existem aplicativos que facilitam a pesquisa e a comparação de preços em supermercados em todo o país. Essa dica vale para qualquer produto, inclusive medicamentos.

O varejo costuma fazer promoções que valem a pena. Comprar três caixas de sabão em pó numa oferta “leve 3 e pague 2” gera uma economia de 33%.

Além disso, muitos produtos de limpeza têm uma versão em embalagem fácil de usar e outra em refil, em formato tipo sachê. A dica é guardar a embalagem vazia e, na hora de repor, comprar o refil, que custa menos.

Dê espaço para novas marcas

Experimente novas marcas, em especial, as marcas próprias das redes de supermercados. A qualidade pode ser similar e o preço inferior ao de produtos conhecidos.

Prefira alimentos da estação

Frutas e hortaliças custam menos, são mais frescas e nutritivas conforme a estação em que são colhidas. Aproveite cada temporada para diversificar o cardápio da família.

Pesquise programas de fidelidade e cartões de descontos

Muitas lojas têm cartão de crédito próprio e que oferecem descontos que podem valer a pena se os cartões forem isentos de cobrança de anuidade.

Alguns programas também oferecem pontos que são acumulados e depois podem ser trocados por crédito no caixa, prêmios ou descontos em produtos.

Essas campanhas são uma chance de economizar, mas nem por isso podem fazer valer a pena concentrar as compras naquele estabelecimento. Pesquise!

Fique de olho no caixa

Não é raro o preço do caixa ser diferente do mostrado na prateleira, principalmente quando o produto está em promoção. Acompanhe o registro de cada produto e fique atento ao valor mostrado no visor. Em caso de divergência, peça a correção.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosInflaçãoorcamento-pessoalplanejamento-financeiro-pessoalrenda-pessoal

Mais de Invest

Como o Índice de Sharpe pode ajudar a tomar decisões na hora de investir?

Proclamação da República: veja o funcionamento dos bancos nesta sexta-feira

Como negociar no After Market da B3

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada