Stake: App ajuda brasileiros a investir em NY sem burocracia (Stake/Reprodução)
Anderson Figo
Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 21 de janeiro de 2019 às 07h30.
São Paulo — A plataforma global Stake chega ao Brasil em fevereiro e promete facilitar o acesso de investidores ao mercado de ações dos Estados Unidos. O app, desenvolvido por uma startup australiana há um ano e meio, já tem 25 mil clientes ativos no mundo, que movimentam 4 milhões de dólares por dia.
Funciona assim: o cliente se cadastra através do app ou do site, que terá uma versão em português do Brasil. São necessárias apenas cinco informações para concluir o cadastro: nome, CPF, data de nascimento, e-mail e endereço.
“Com esses dados, nós abrimos uma conta para o cliente na corretora parceira da Stake nos EUA [a Drive Wealth] através do nosso próprio site e app em apenas quatro minutos”, diz Eduardo Baumel, representante da Stake no Brasil.
Com a conta criada, o usuário vai transferir os recursos em moeda local para um parceiro cambial que ainda não foi definido, mas que, segundo Baumel, deve ser mais de um. Depois de recebido o dinheiro, ele será convertido em dólar e disponibilizado na conta do cadastrado. A operação vai demorar até dois dias para ser concluída.
Uma vez que o saldo em dólar foi disponibilizado na conta do usuário, ele poderá escolher em quais ações investir nas Bolsas americanas entre as milhares de opções existentes —tais como Apple, Tesla, Microsoft, Amazon, Facebook etc.
A ideia é que toda a burocracia geralmente enfrentada nessas operações ficará a cargo da Stake e, também, os usuários terão uma equipe especial para orientá-los sobre dúvidas a respeito do funcionamento da plataforma, segundo Baumel.
“As pessoas, não importam onde vivam, deveriam ter oportunidades iguais. A Stake foi criada para entregar a melhor experiência de negociação para o maior e mais importante mercado mundial. Nós chegamos para democratizar os mercados de ações globais. Entendemos que essas negociações devem ser simples, acessíveis e possibilitar liberdade de escolhas e opções”, disse.
O representante da plataforma no Brasil confia no potencial do mercado local. “O Brasil tem muitos potenciais investidores que gostariam de ter ações nos EUA, mas que não o fazem por causa da burocracia. A Bolsa brasileira tem 600 empresas contra 6 mil no mercado americano. É um universo muito maior.”
Para “democratizar o mercado de ações global”, a Stake almeja vender planos mensais através dos quais os usuários terão acesso à plataforma. Em um primeiro momento, até julho, os novos clientes poderão usar a Stake sem custo. A partir daí, serão obrigados a aderir a um plano para continuar a operar.
“A ideia, por enquanto, é disponibilizar aos usuários brasileiros três tipos de pacotes. Um sem custo, que dá direito a apenas três operações de compra e venda de ações por mês, mais para que eles possam testar a plataforma. O outro seria algo em torno de 12 dólares e daria direito ao cliente de fazer mais operações, e o mais completo sairia por volta de 30 dólares, com limite ainda maior de operações”, explicou Baumel.
Perguntado sobre o risco de a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Banco Central barrarem temporariamente as operações da Stake no Brasil, assim como fizeram recentemente com a Avenue, Baumel disse que a plataforma global não tem atualmente nenhum impedimento para funcionar no país.
“Somos só uma plataforma de acesso. Não vendemos nenhum valor mobiliário. Não somos e nem queremos ser uma corretora”, disse. “A única operação que fazemos, através de um correspondente, é uma operação de câmbio, dentro da regra do BC.”
O representante da Stake no Brasil enfatizou que a diferença da plataforma para a Avenue é que a Stake é só uma intermediária, enquanto a Avenue é uma corretora com registro nos EUA. “Nós não temos e não vamos ter na plataforma, por exemplo, recomendações de quais ações investir. Não podemos fazer isso. O que temos são informações sobre os papéis, como histórico de cotações e dados operacionais públicos das empresas de capital aberto, caso os clientes queiram consultá-los.”
Sobre o informe de rendimentos dos clientes, a Stake disse que ele será fornecido pela corretora parceira, a Drive Wealth, mas que haverá em sua plataforma orientações para que os investidores brasileiros possam emitir suas DARFs mensais e pagar os impostos à Receita Federal sobre suas operações de compra e venda de ações no exterior, quando necessário.
A Stake não terá um escritório físico no Brasil. “Ainda somos uma startup que surgiu com o investimento de seus fundadores. Operamos globalmente, mas com base na Austrália. Como somos uma startup, faz sentido manter a equipe enxuta e concentrada em um só lugar”, completou Baumel.
Há uma fila de espera criada pela Stake em seu site para quem quiser ter acesso antecipado à plataforma, que será aberta ao público em geral no dia 14 de fevereiro. É preciso cadastrar seu e-mail.