Casas homossexuais também têm maior necessidade de ter um fundo de emergência porque enfrentam mais risco de emprego (oneinchpunch/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 21 de agosto de 2018 às 11h07.
Última atualização em 21 de agosto de 2018 às 11h15.
Todas as famílias se preocupam com o dinheiro à sua própria maneira, mas as famílias LGBT têm motivos de preocupação especiais.
Duas mulheres casadas entre si, por exemplo, devem planejar aposentadorias mais caras do que outros casais, informou o UBS Group em um relatório nesta segunda-feira. Como as mulheres vivem mais que os homens, o banco calcula que, nos EUA, uma ou ambas as mulheres de um casal homossexual com 45 anos têm 50 por cento mais chances de chegar aos 100 anos de idade do que casais heterossexuais. Casais de mulheres são duas a três vezes mais propensos a chegar aos 100 anos de idade do que um ou ambos os membros de um casal de homens de 45 anos.
"Um aspecto importante do planejamento financeiro cotidiano diz respeito aos fundos de emergência", afirmou o UBS, que tem sede em Zurique, no relatório, porque não há leis antidiscriminatórias para trabalhadores LGBT em 30 estados dos EUA e em grande parte do resto do mundo, inclusive em Cingapura e Hong Kong. Os funcionários LGBT "podem enfrentar maior risco de emprego que os funcionários heterossexuais", informou o UBS.
Apenas pouco mais da metade dos trabalhadores LGBT nos EUA disseram estar confortáveis em revelar sua homossexualidade no trabalho, de acordo com uma pesquisa da Human Rights Campaign divulgada em junho. Esse número mal mudou em uma década.
Outros riscos financeiros para casais LGBT podem variar de acordo com o lugar onde vivem. Em Cingapura ou Hong Kong, por exemplo, viúvas ou viúvos geralmente não podem herdar os benefícios de pensão ou bem-estar de parceiros do mesmo sexo. Essa preocupação é menor em lugares que reconhecem legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como os EUA e o Reino Unido. Na Suíça, por sua vez, casais do mesmo sexo não podem se casar legalmente, mas podem herdar pensões.
Para os casais LGBT e seus consultores financeiros, muita coisa depende de acertar os detalhes. Dependendo de onde moram, os investidores LGBT "podem ter que prestar atenção especial a ter um testamento, um testamento vital ou trusts para garantir que seus desejos jurídicos e sua vontade para o fim da vida sejam cumpridos", afirmou o UBS.