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Apesar da alta nos preços de alimentos, restaurantes mantêm preços das refeições abaixo da inflação

Preço médio de uma refeição fora de casa aumentou 48,3% nos últimos dez anos, chegando a uma média de R$ 40,64 hoje; no mesmo período, a inflação acumulada foi de 73,8%

Prato de comida: comer fora de casa tem sido mais vantajoso para o trabalhador brasileiro do que preparar uma refeição em casa, conforme pesquisa da Ticket (Kimie Shimabukuro/Getty Images)

Prato de comida: comer fora de casa tem sido mais vantajoso para o trabalhador brasileiro do que preparar uma refeição em casa, conforme pesquisa da Ticket (Kimie Shimabukuro/Getty Images)

Thaís Cancian
Thaís Cancian

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Publicado em 12 de agosto de 2022 às 08h20.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 17h30.

Apesar do crescimento nos preços de alimentos, restaurantes brasileiros têm mantido o valor das refeições abaixo da inflação. É o que mostra o levantamento Pesquisa + Valor, realizado pela Ticket e divulgado esta semana. 

O preço médio atual de uma refeição completa (prato principal, bebida, sobremesa e café) é de R$ 40,64, representando um aumento de 48,3% em relação aos últimos dez anos - em 2013, comer fora custava cerca de R$ 27,40. Se o valor fosse corrigido conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a mesma refeição estaria custando, em média, R$ 47,62 hoje.

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Ainda de acordo com a pesquisa, comer fora de casa tem sido mais vantajoso para o trabalhador do que preparar uma refeição em casa. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento do preço da cesta básica, comparado ao aumento do preço da refeição fora de casa, foi de 123,3%, passando de R$ 292,11 (média nacional) no fechamento de 2013 para R$ 652,35 em junho de 2022.

“Além de adquirir os itens da cesta básica, cozinhar em casa exige outros gastos, com gás, água e energia elétrica, por exemplo. Ao colocar na ponta do lápis, o trabalhador percebe que as refeições fora de casa podem resultar em economia no fim do mês”, comenta Felipe Gomes, diretor-geral da Ticket.

Esse cenário, no entanto, tem causado impactos negativos no faturamento dos estabelecimentos. Conforme pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), realizada com 1.689 empresários de todo o país entre 21 e 28 de junho, apenas 35% dos bares e restaurantes registraram lucro em maio, enquanto 36% ficaram em equilíbrio, e 29% tiveram prejuízo. Os empresários ouvidos pela associação mencionaram a alta nos preços dos insumos, ocasionada pela inflação, como uma das causas dos resultados negativos do período.

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