Operador da Bolsa de Valores de São Paulo: Ibovespa não conseguiu acompanhar o desempenho externo positivo em dezembro (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 16h29.
São Paulo - As recomendações para investimentos em ações brasileiras em janeiro dão foco a setores defensivos e que conseguem se beneficiar da perspectiva de alta do dólar, em meio à falta de tendência clara para a Bovespa e visão de que 2014 deve ser um ano desafiador para a economia doméstica.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, não conseguiu acompanhar o desempenho externo positivo em dezembro e recuou 1,86 por cento no mês, acumulando em 2013 queda superior a 15 por cento.
A performance no mês passado reforçou a estratégia de seletividade de especialistas, mostraram as carteiras recomendadas para janeiro obtidas pela Reuters.
A Citi Corretora distribuiu a participação de sua carteira entre companhias defensivas como Localiza e BB Seguridade ; empresas que se beneficiam do dólar mais valorizado, como Fibria e Gerdau, e companhias que vivem em um bom momento, como Mills.
Segundo analistas da corretora, a Mills deve ser favorecida pelos recentes leilões de concessão de projetos de infraestrutura, que podem impulsionar a demanda de aluguel de equipamentos pesados e soluções de engenharia da empresa.
Por sua vez, o crescimento da locadora de veículos Localiza deve ser beneficiado pelos grandes eventos que ocorrerão em 2014, como Copa do Mundo e eleições presidenciais, de acordo com a Citi Corretora.
A Localiza também aparece na carteira da Ágora Corretora, ao lado de BB Seguridade.
Na visão da Ágora, a empresa de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil "possui características interessantes que a tornam um caso único, como a combinação de forte geração de caixa e elevado retorno esperado via dividendos".
Outra aposta da Ágora é a Hypermarcas, considerada bem posicionada para se beneficiar de segmentos de mercados em rápida expansão e que possuem natureza defensiva como os de farmácia e bens de consumo.
Dólar e Aperto Monetário
Diante da perspectiva de alta do dólar, o BTG Pactual alocou boa parte de seu portfólio para janeiro em companhias com receitas provenientes do exterior, acrescentando a exportadora Suzano Papel e Celulose às suas recomendações, ao lado de Vale.
"Esperamos que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da Suzano salte em 2014 devido à nova capacidade da fábrica no Maranhão e custos reduzidos", escreveu a equipe do BTG em relatório.
A Votorantim Corretora citou o setor de siderurgia e mineração entre suas preferências para o primeiro semestre, com destaque para Vale e Gerdau.
Analistas da Votorantim afirmaram que se trata de uma boa opção para enfrentar uma política macroeconômica de aperto, em meio à perspectiva de crescimento sustentável na China e à demanda por aços longos proveniente de projetos de infraestrutura.
No setor financeiro, os destaques da Votorantim ficaram com Itaú Unibanco e Santander. "Apesar de uma perspectiva mais desafiadora para 2014... acreditamos que o gerenciamento das despesas de provisão indica uma boa performance para este ano, sustentando o crescimento dos resultados", afirmaram os analistas.