FipeZap: Florianópolis (9,20%) e Brasília (7,16%) tiveram as maiores altas do ano (Dado Galdieri/Bloomberg)
Juliana Elias
Publicado em 16 de julho de 2019 às 05h00.
Última atualização em 16 de julho de 2019 às 05h00.
O valor médio do aluguel de imóveis no país subiu 0,36% em junho e completou o sétimo mês seguido de alta, segundo o Índice FipeZap. O indicador acompanha o preço médio de imóveis anunciados na plataforma para alugar em 11 cidades brasileiras.
Com isso, os aluguéis acumulam alta de 3,45% no primeiro semestre do ano, ficando acima da inflação no mesmo período, que foi de 2,23% pelo IPCA. Em 12 meses, o FipeZap aponta alta de 3,85% dos aluguéis, para uma inflação que foi de 3,37%.
Isso significa que os proprietários que alugam seu imóvel estão voltando, aos poucos, a ter ganhos reais, depois de momentos em que os reajustes não conseguiam recompor as perdas com a inflação. A inflação especialmente baixa tem ajudado a aliviar essas margens – em junho, ela foi praticamente zero (o IPCA avançou 0,01% no mês).
Em junho, 8 das 11 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap registraram alta acima da inflação do mês no preço do aluguel residencial, com destaque para Florianópolis (1,27%) e São Paulo (0,87%). As outras três tiveram queda: Rio de Janeiro (-0,08%), Recife (-0,43%) e Belo Horizonte (-0,52%).
No semestre, Florianópolis (9,20%) e Brasília (7,16%) lideram as altas, enquanto Salvador (1,58%) e Belo Horizonte (1,62%) têm as variações mais baixas. Em São Paulo, o preço médio do aluguel subiu 4,74% no semestre e, no Rio de Janeiro, 1,75%.
Quanto menor a variação, maior tende a ser o poder de barganha do locatário na hora de negociar o preço ao alugar um imóvel ou renovar o contrato.
A seguir, confira o preço médio do metro quadrado anunciado para locação e a variação dos preços nas 11 cidades pesquisadas pelo Índice FipeZap:
Preço médio (R$/m²) | Variação em junho | Variação no 1º semestre | Variação em 12 meses | |
---|---|---|---|---|
São Paulo | R$ 38,50 | 0,87% | 4,74% | 5,57% |
Rio de Janeiro | R$ 30,64 | -0,08% | 1,75% | -1,32% |
Brasília | R$ 28,95 | 0,07% | 7,16% | 7,74% |
Recife | R$ 27,74 | -0,43% | 2,40% | 5,48% |
Florianópolis | R$ 25,22 | 1,27% | 9,20% | 11,88% |
Porto Alegre | R$ 23,05 | 0,57% | 1,82% | 2,10% |
Salvador | R$ 21,65 | 0,60% | 1,58% | 2,59% |
Belo Horizonte | R$ 21,49 | -0,52% | 1,62% | 5,36% |
Curitiba | R$ 19,02 | 0,76% | 5,84% | 11,16% |
Fortaleza | R$ 16,63 | 0,86% | 5,67% | 4,30% |
Goiânia | R$ 16,54 | 0,65% | 1,94% | 1,69% |
Em junho, o retorno médio daqueles que optaram por alugar seu imóvel foi de 4,6% em um ano, de acordo com o FipeZap, já ligeiramente acima do retorno de 4,43% registrado em 2018.
A rentabilidade do aluguel é uma maneira de comparar o retorno de quem investiu na compra e aluguel de um imóvel com os ganhos que poderia ter caso tivesse o mesmo dinheiro em outros investimentos.
A conta é feita por meio da divisão entre o preço médio de locação mensal e o preço médio de venda mensal. A taxa ao ano é obtida multiplicando-se o resultado por 12.
Apesar de estar crescendo, o retorno do aluguel de imóveis ainda está abaixo da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,50% ao ano, o menor nível de sua história.
Como a Selic serve de referência para os investimentos de renda fixa no país, isso significa que ainda é possível encontrar outras opções de renda fixa no mercado financeiro mais atraentes do que o aluguel de imóveis.