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Ação da Petrobras já vale o mesmo que antes da capitalização

Para Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper, dado indica inchaço artificial do patrimônio líquido antes de oportunidade de compra para investidor

Segundo Economática, a Petrobras vale hoje 82% do seu patrimônio líquido (Divulgação)

Segundo Economática, a Petrobras vale hoje 82% do seu patrimônio líquido (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 13h15.

São Paulo - Segundo levantamento divulgado hoje pela Economática, as ações da Petrobras se aproximam do preço apresentado antes do processo de capitalização da empresa, realizado em setembro do ano passado. Até ontem, o valor de mercado da estatal batia em 258,9 bilhões de reais, com perda de 66,6 bi só no mês de agosto. 

A título de comparação, a Petrobras valia 252,6 bilhões de reais no dia 23 de setembro de 2010, um dia antes da oferta de ações realizada para injetar recursos para exploração do pré-sal. 

No cálculo da Economática, a empresa vale hoje 82,3% do seu patrimônio líquido. Mas se à primeira vista a proporção pode indicar uma distorção entre o preço do papel e o seu valor justo, o professor do Insper Ricardo Almeida lembra que o processo de capitalização da Petrobras inchou o patrimônio líquido da empresa com a cessão onerosa, sem que houvesse real injeção de dinheiro.

Para ele, a relação entre valor de mercado e patrimônio líquido da Petrobras não chega a surpreender, já que uma proporção maior que 100% costumar ser normal apenas para empresas cujos ativos são produzidos e têm valor de mercado atual. A ação, portanto, não estaria barata pela simples análise deste parâmetro. 

“Os resultados da companhia são muito dependentes do sucesso da exploração do pré-sal, ainda envolto em incertezas ”, afirma Almeida. “E com o preço do petróleo ameaçando romper a barreira de 80 dólares, muita gente acredita que pode haver a necessidade de outra capitalização para que a Petrobras faça frente aos seus projetos de investimento.”

Em meio às expectativas de lenta recuperação da economia no mundo, a demanda por commodities também pode cair, prejudicando a recuperação de empresas como a Petrobras. Mas ainda que o futuro permaneça uma grande incógnita, o professor de finanças do Insper lembra que a crise guarda sim oportunidades de investimento.

“Em 2008 os juros futuros do Brasil caíram, desta vez eles estão subindo. Isso significa que o mercado interno vai ser estimulado mais rápido”, sustenta. Neste cenário, as companhias ligadas ao consumo doméstico devem se levantar primeiro. “Aconselho a aplicação no próprio índice Bovespa por meio de um fundo passivo, ou mesmo em um ETF no setor de consumo ou construção civil”, recomenda o especialista. 

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