Pergunta do leitor: Meu irmão morreu, e ele tinha uma filha de sete anos. Ainda tenho mais seis irmãos vivos. Caso nossa mãe venha a falecer, a minha sobrinha terá direito a uma parte da casa da vó, assim como os seis filhos vivos dela? Qual será esta parte?
Resposta de Alessandro Amadeu da Fonseca* e Marcelo Trussardi Paolini**, da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados:
Neste caso em específico, considerando que no dia em que sua mãe vier a falecer, ela deixe sete filhos vivos e um pré-morto (seu irmão), sendo que este último, por sua vez, tenha deixado apenas uma filha como descendente, não só você e seus irmãos, como também a sua sobrinha, terão direito a participar da sucessão da sua mãe. Isto se dá em razão da herança por “estirpe/representação”, na qual o descendente de um herdeiro já falecido receberá a herança em seu lugar como se vivo fosse.
Para se avaliar qual seria a parte que a sua sobrinha teria direito em razão do falecimento de sua mãe, será necessário analisar se existia algum herdeiro nomeado em testamento ou outros herdeiros legítimos da sua mãe, como por exemplo um cônjuge ou um(a) companheiro(a) dela.
Para ilustrar essa situação, vamos imaginar um caso hipotético no qual você seja solteiro, não viva em união estável, tenha quatro filhos e nunca tenha feito nenhum testamento. Caso um desses quatro filhos faleça antes de você deixando apenas uma filha (que seria sua neta), no seu falecimento todos os seus bens serão divididos em quatro partes iguais, ou seja, 25% para cada um de seus filhos e 25% para sua neta.
Agora, imaginando que neste mesmo cenário, ao invés do seu falecido filho ter deixado apenas uma filha, ele tenha deixado duas filhas, a sua herança seria igualmente dividida em quatro partes, ou seja, 25% para cada um de seus filhos e 25% para suas duas netas (12,5% para cada uma delas).
A ideia de herança por “estirpe/representação” pressupõe que a herança seja dividida como se o descendente pré-morto ainda estivesse vivo. Dessa forma, pensando novamente neste mesmo caso hipotético, se o seu filho pré-morto não tivesse deixado nenhum filho, a sua herança seria então partilhada apenas em três partes iguais, ou seja, 33,33% para cada um de seus filhos vivos.
Na eventualidade de existência de um testamento, deverão ser avaliadas as disposições deixadas pelo falecido para que se respeite a sua vontade e não haja interferências na parte legítima da herança, ou seja, aquela destinada aos herdeiros necessários do testador (cônjuge, descendente e ascendente).
*Alessandro Amadeu da Fonseca atua em planejamento e estruturação tributária para empresas e pessoas físicas, nos termos da legislação brasileira e tratados internacionais. Dedica-se ao planejamento sucessório, governança corporativa e aconselhamento em questões relativas ao direito tributário, societário e de família.
**Marcelo Trussardi Paolini assessora grupos familiares, indivíduos e famílias, para implementação de planejamentos sucessórios e patrimoniais, com partilhas, antecipação de heranças, e destinação de quinhões hereditários. Presta consultoria para adoção de melhores práticas de governança corporativa, mediando disputas, viabilizando cisões e distribuição de poder.
Envie suas dúvidas sobre direito de família, herança e doações para seudinheiro_exame@abril.com.br.
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1. Para cuidar do bolso
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1/9 (Getty Images/EXAME.com)
São Paulo – No período que se estende até os 30 anos, a vida tende a ser feita por muitas inaugurações. São os primeiros passos no mercado de trabalho, os primeiros salários e, consequentemente, as primeiras grandes decisões financeiras - capazes de impactar o restante dos seus dias.
O problema é que nesta fase da vida nem sempre se tem a experiência e o conhecimento necessários para a magnitude de tais escolhas. E, em alguns casos, os resultados podem ser desastrosos.
A pedido de EXAME.com, quatro professores especialistas em
finanças pessoais selecionaram alguns
livros que podem trazer lições preciosas aos
jovens. Confira:
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2. Desafio aos deuses
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2/9 (Divulgação)
“Na Grécia Antiga, não havia o conceito de risco porque tudo estava sujeito à vontade dos deuses”, diz Rodolfo Olivo, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA). “Quando o homem passa a se arriscar, ele se posiciona contra os deuses”. E os instrumentos de medição e controle de riscos foram os principais aliados deste processo.
Entender bem este conceito é requisito para dominar o funcionamento do mercado financeiro. “Um investimento é analisado por seu retorno e risco. O retorno é fácil de ser mensurado, o risco é mais complexo”, diz o especialista.
Desafio aos Deuses: A Fascinante História do Risco
Peter Bernstein
Editora Campus
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3. A Cabeça do Investidor
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3/9 (Divulgação)
Com base nos conceitos da psicologia econômica e das finanças comportamentais, Vera Rita de Mello Ferreira explica como funcionam os mecanismos emocionais que pautam a maneira como lidamos com o dinheiro – para o bem ou para o mal.
A Cabeça do Investidor
Vera Rita de Mello Ferreira
Editora Évora
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4. Pai rico, Pai pobre
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4/9 (Divulgação)
Sugerido por três dos quatro especialistas consultados, o primeiro best-seller de Robert Kiyosaki traz uma panorama das crenças e hábitos que pautam a maneira como a maioria das pessoas lida com o dinheiro.
A partir da própria história, o autor mostra quais os fatores que comandam as nossas decisões financeiras. “Muitas vezes, você está só se submetendo aos modelos da tribo que faz parte”, diz Silvio Paixão, professor da Fipecafi.
Pai rico Pai pobre
Robert Kiyosaki
Editora Campus
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5. Casais inteligentes enriquecem juntos
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5/9 (Divulgação)
Clássico entre as obras de educação financeira, este livro de Gustavo Cerbassi traz um panorama dos princípios essenciais para ter finanças saudáveis e, portanto, válidos para qualquer estado civil.
O pulo do gato da obra é mostrar como a vida a dois impacta este cenário. “Uma coisa é a estratégia como solteiro e outra, como casal”, afirma Marcelo Correa, coordenador do curso de Administração da Anhembi Morumbi.
“Ele contextualiza situações e permite que as pessoas façam uma autoanálise”, diz Paixão.
Casais inteligentes enriquecem juntos
Gustavo Cerbassi
Editora Gente
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6. Seu futuro financeiro
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6/9 (Divulgação)
De como aprender a poupar se você é um gastador até como usar o dinheiro do Fundo de Garantia de um jeito mais inteligente. A lista de conselhos da obra de Louis Frankenberg é extensa: “Ele traz um panorama de tudo o que é importante para o planejamento financeiro”, diz Olivo.
Seu futuro financeiro
Louis Frankenberg
Editora Campus
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7. Os segredos da mente milionária
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7/9 (Divulgação)
O que separa alguém bem sucedido em termos financeiros de alguém que só anda com a conta no vermelho? Buscar a resposta a isso é o principal objetivo de T. Harv Baker neste livro. O resultado é que ele lista a lógica que guia as pessoas aos milhões e os pensamentos sabotadores que impedem que as pessoas chegam lá. “Ele faz este contraponto”, afirma Correa.
Os segredos da mente milionária
T. Harv Eker
Editora Sextante
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8. Mundo Financeiro
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8/9 (Divulgação/Saraiva)
Para quem quer um livro um pouco mais técnico, este pode ser uma boa opção. Nele, o autor compartilha a experiência como gestor de fundos de investimentos ao mesmo tempo em que traça um panorama do comportamento dos mercados. "Tem muita coisa útil", diz Olivo. Mundo Financeiro – O olhar de um gestor
Alexandre Póvoas
Editora Saraiva
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9. Agora, que tal se preparar para a aposentadoria?
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9/9 (Sean Gallup/Getty Images)