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7 situações que podem levar o banco a bloquear seu cartão

Confira algumas razões que podem levar o banco a realizar o bloqueio do seu cartão de crédito

Cartão bloqueado: Além do atraso no pagamento, suspeitas de fraude podem levar ao bloqueio do cartão (Thinkstock/BrianAJackson)

Cartão bloqueado: Além do atraso no pagamento, suspeitas de fraude podem levar ao bloqueio do cartão (Thinkstock/BrianAJackson)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 10h13.

São Paulo - O bloqueio do cartão de crédito pode causar alguns bons transtornos, sobretudo se você for pego de surpresa e tiver de enfrentar o constrangimento de ter o pagamento negado, sem ter um real sequer na carteira ou outros cartões habilitados. 

Para evitar esse tipo de embaraço, é importante manter o pagamento da fatura em dia e conhecer as situações que podem levar à suspensão do cartão. Confira sete delas a seguir.

1) Falta de pagamento da fatura

Os bancos oferecem a possibilidade de pagamento total da fatura, ou o chamado pagamento mínimo, que permite ao cliente pagar um percentual, normalmente de 10% da fatura, e parcelar o valor restante.

Ao pagar o mínimo, o cliente passa a arcar com os juros do parcelamento do cartão, que estavam em 118,2% ao ano, em média, segundo dados do Banco Central de junho. Mas, ao deixar de pagar a fatura e o mínimo, o cliente entra no crédito rotativo, modalidade de empréstimo que pratica os juros mais altos do mercado, com taxas de 372% ao ano, em média, segundo dados de junho do BC.

Rodrigo Cury, superintendente executivo de cartões do Santander, afirma que a partir do momento em que o cliente deixa de pagar a fatura, ele entra no ciclo de cobrança do banco e o prazo até que o cartão seja bloqueado pode variar.

“O cartão não é bloqueado imediatamente. O banco entra em contato com o cliente antes para que ele regularize a situação e o seu comportamento com o cartão é que definirá o prazo até seu bloqueio”, diz Cury.

O banco possui um sistema que cruza dados sobre o cliente e avalia o seu risco de não honrar o pagamento, como seu histórico de pagamento e a sua previsibilidade de renda. Assim, um cliente que tem menos probabilidade de pagar a dívida sofrerá o bloqueio antes que outros.

Ainda que seja interessante para o banco manter o cliente no rotativo por algum tempo, já que os juros pagos são altos, existe um limite. “O banco pode ter uma rentabilidade máxima com o cliente no rotativo, mas se ele não fizer o pagamento por meses e chegar ao nível de não conseguir mais pagar, além de perder a rentabilidade, o banco perde o cliente e isso não é interessante”, afirma Cury.

Para impedir o bloqueio do cartão por falta de pagamento, uma opção é colocar a fatura no débito automático, assim ela passa a ser descontada automaticamente do seu saldo em uma data previamente definida. O débito programado evita que o cliente esqueça a data de vencimento ou comprometa sua renda com outros pagamentos, em vez de quitar a fatura.

Caso o problema não seja desorganização, mas sim a falta de recursos para honrar o pagamento, é importante que o cliente busque opções de empréstimo mais baratas que o parcelamento e o rotativo do cartão, como o consignado, que tem juros de 38% ao ano em média, segundo o BC (veja cinco opções de crédito mais baratas).

Se o pagamento atrasar, vale entrar em contato com o banco e dizer que a situação será regularizada o quanto antes, assim é possível evitar que o cartão seja bloqueado e sua nota de crédito - o famoso score - seja prejudicada.

2) Movimentações realizadas em lugares distantes

Além da falta de pagamento, outro motivo recorrente que leva o cartão a ser bloqueado é a suspeita de fraude. O bloqueio, nesse caso, pode ser imediato e o banco apenas comunica ao cliente que suspendeu o cartão, ou pode ser feito depois de uma consulta ao cliente.

Rodrigo Cury, do Santander, afirma que o bloqueio imediato pode ocorrer, por exemplo, se o banco identificar uma transação realizada com o cartão no Brasil e dois minutos depois verificar que foi realizada em um país distante. “Como a fraude é clara, o banco faz o bloqueio na hora e depois comunica o cliente”, afirma.

Ele acrescenta que é comum que as fraudes ocorram com clientes que realizam viagens internacionais, como aos Estados Unidos e outros países que não usam o sistema de pagamento de cartões por chips. Nesses lugares, é comum que clientes utilizem a tarja magnética do cartão, que é mais facilmente clonada.

Para não suspender totalmente o cartão do cliente, o banco pode bloquear apenas o uso da tarja magnética. “Como o mercado brasileiro é um dos líderes em fraudes, nós somos vanguardistas no tema de segurança dos meios de pagamento e já conseguimos realizar apenas o bloqueio do pagamento por tarja magnética, mantendo ativo o pagamento por chip", afirma Cury.

3) Pequenas movimentações consecutivas

Outra situação que indica fraude, segundo Cury, é a realização de diversas compras de baixo valor, realizadas em um curto espaço de tempo. “É comum que o fraudador faça quatro pagamentos seguidos no valor de 1 real para ver se o cartão está ativo. O banco entra então em contato com o cliente para confirmar se as transações foram de fato feitas por ele e, caso contrário, realiza o bloqueio”, afirma.

4) Compras atípicas

Compras em estabelecimentos diferentes dos que o consumidor costuma frequentar também podem elevar as suspeitas de fraude. “Uma compra por um valor alto em um comércio eletrônico na China ou na Rússia, por exemplo, podem indicar fraude", diz Cury.

O superintendente de cartões do Santander afirma que as bandeiras de cartão também auxiliam os bancos a identificar se a compra é atípica ao informar dados sobre a compra, como o tipo de produto comprado e o tipo de loja que realizou a venda.

5) Transações vultosas

Ao realizar uma transação por um valor muito superior ao usual, o banco também pode bloquear o cartão. Mas, segundo Rodrigo Cury, se a transação está dentro do limite de crédito do cliente, o mais comum é que o banco entre em contato para se certificar de que a transação foi realmente realizada por ele. “O bloqueio não é realizado imediatamente porque o banco não quer impedir que o cliente use o crédito”, diz.

6) Encerramento da conta pelo titular

Quando o titular cancela sua conta, os dependentes também têm seu cartão bloqueado, obviamente. O que pode causar confusão nesse caso é que alguns bancos mantêm informações sobre o cartão ativas no internet banking, o que pode levar o cliente a achar que o cartão ainda está disponível para uso.

O titular também pode bloquear o cartão de um dependente sem comunicá-lo, seja por esquecimento ou propositalmente - como para cortar as asinhas de um filho displicente. Seja qual for a situação, se o seu cartão for vinculado à conta de outra pessoa e você não for o titular, é importante entrar em contato com esse titular para se certificar de que o bloqueio não foi intencional, antes de gastar sua saliva com o banco.

7) O banco realiza uma manutenção no sistema

Alguns bancos podem suspender os cartões para realizar manutenções no sistema ou diante de falhas. A Caixa, por exemplo, já realizou esse tipo de interrupção algumas vezes.

Segundo a Proteste, associação de defesa de consumidores, qualquer tipo de indisponibilidade deve ser previamente e ostensivamente divulgada, seja por meio da imprensa, por pop-ups no site do banco ou por SMS.

Mas, segundo a entidade, caso o banco não informe seus clientes sobre a indisponibilidade e isso gere algum constrangimento, os bancos também poderão ser responsabilizados, podendo responder a processos por danos morais ao consumidor.

Veja, no vídeo a seguir, como tirar melhor proveito das milhas do seu cartão:

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