Compras: para 61%, a fatura do cartão de crédito é a conta que sofre maior atraso na hora do pagamento (Cris Faga/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 10h48.
Última atualização em 12 de novembro de 2019 às 11h03.
São Paulo — O brasileiro, de modo geral, está mais otimista com a capacidade de fazer compras para casa, com as finanças pessoais e com o padrão de vida. É o que mostra a pesquisa Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político & Social, realizada pela parceria entre a Associação Nacional das Instituições de Crédito Financiamento e Investimento (c) e Kantar Brasil Insights, que está sendo divulgada nesta terça-feira, 12, durante o 14º Seminário Internacional Acrefi (Siac).
Segundo o levantamento, de um total de 1 mil pessoas ouvidas entre 1º e 14 de outubro nas cinco regiões do País, 56% acreditam que a situação financeira pessoal vai melhorar, enquanto 49% esperam que o padrão de vida e a capacidade de fazer compras irão na mesma direção.
Dos consultados, 59% disseram que não têm dívidas. Para 61%, a fatura do cartão de crédito é a conta que sofre maior atraso na hora do pagamento.
O fato é que a situação do País como um todo, segundo a pesquisa está melhor para a população, sendo vista como ótima ou boa por 17% da população. O levantamento também detectou redução da avaliação do cenário que era considerado péssimo, caindo de 20% para 15%, ambos influenciados pela percepção das pessoas mais velhas, de 46 a 65 anos.
Para o presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, o Brasil vive um importante momento de transformação cultural, onde cada vez mais a população tem se mantido muito atenta a todos os acontecimentos e, com isto, está mais consciente em suas decisões.
"A aprovação da reforma da Previdência e o início do debate sobre a reforma tributária dão sustentabilidade à confiança de que a situação econômica do Brasil será melhor para os próximos anos", diz Gonçalves.
Segundo o presidente da Acrefi, a pesquisa verificou uma ligeira melhora da percepção dos entrevistados que acreditam que a oferta de crédito para a população irá melhorar, subindo de 36% para 38%. Automóvel, para 56% dos entrevistados, e Imóvel, para 42%, são os itens em que os brasileiros estão mais propensos a fazer financiamento no próximo ano.
"A recuperação cíclica ganha tração. Temos redução de juros, inflação baixa e expansão do Crédito Total no Sistema Financeiro Nacional (SFN), que deve alcançar 8% em 2019. Para o crescimento do crédito com recursos livres Pessoa Física, projetamos 14% (de crescimento) e, o da pessoa jurídica, em torno de 9%", disse Gonçalves, para quem o PIB terá alta de 1% em 2019 e 2% em 2020.
O levantamento aponta que o desemprego ainda é uma variável que merece atenção, principalmente entre os mais jovens, de 18 a 28 anos: no mesmo período do ano passado, 31% manifestavam preocupação com o desemprego. Atualmente, 55% dizem estar preocupados com a situação.
A principal prioridade do atual presidente, segundo os ouvidos, é a educação (19%) - que divide importância com a oferta de emprego e reforma trabalhista (17%), influenciada pelo Nordeste. Houve queda esperada da relevância da reforma da Previdência, cujo projeto foi aprovado no Legislativo, também puxada pelo Nordeste.