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1. Carro: Gol de quase 60.000 reais
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1/5 (Divulgação)
Financiar um carro é o clássico exemplo de como o efeito dos juros pode pesar no bolso, quando seria possível formar uma boa poupança em um tempo absolutamente razoável. Suponha que você deseje comprar um carro que custe na faixa dos 40.000 reais. O caminho mais barato: você investe 1.000 reais por mês em uma aplicação de renda fixa que rende 0,8% ao mês líquido. Em 35 meses – cerca de três anos – você terá 40.000 reais. O caminho mais caro: você financia, sem entrada, um carro de 40.000 reais nos mesmos 35 meses. Com uma taxa de juros de 2,20% ao mês – a média do financiamento automotivo nacional – o seu carro vai sair por nada menos que 57.774,67 reais. E esse é apenas o efeito dos juros, sem considerar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que inclui outras despesas, como o IOF. No fim das contas, você sai dirigindo um Novo Gol 1.6 (foto) pelo preço de um Honda City.
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2. Viagens: férias por 20.000 reais
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2/5 (Samantha Villagran/SXC)
Se existe uma coisa que pode e deve ser planejada nessa vida é uma viagem de férias. Além disso, viagens são supérfluos caros, que devem ser evitados por quem não tem dinheiro em caixa para este fim. Não obstante, muitos bancos oferecem linhas de crédito pessoal específicas para financiá-las. Nos maiores bancos brasileiros, os débitos podem ser parcelados em até 24, 48 ou 60 vezes, e as taxas de juros variam bastante, mas geralmente ficam entre 3% e 5% ao mês. Agora imagine que você quer viajar com seu marido ou esposa para a Espanha nas próximas férias. Um pacote de oito dias em Madri e Barcelona sai por quase 10.000 reais na operadora de turismo CVC. O caminho mais barato: quem estiver disposto a esperar, alcança o valor necessário em 20 meses, com aplicações mensais de 500 reais na caderneta de poupança. Quem quiser fazer a viagem nas próximas férias pode fazer um esforço maior e guardar 1.000 reais por mês ao longo de 10 meses. O caminho mais caro: se você parcelar essa viagem em 10 vezes com um juro de 3,5% ao mês, vai pagar 12.024,10 reais. Parcelada em 20 vezes, a mesma viagem sai por 14.072,20, quase 50% a mais que o preço do pacote à vista.
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3. Reformas: multiplicando a dor de cabeça
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3/5 (Jonathan M/SXC)
Uma grande reforma pode exigir um esforço maior de poupança, mas dificilmente será algo urgente. Planejá-la, aliás, inclui não apenas uma eventual poupança como também um preparo psicológico, caso ela ocorra na sua própria casa. Mas existem no mercado linhas de crédito específicas para financiar reformas e material de construção. Nos maiores bancos brasileiros, os prazos chegam a 60 meses, e as taxas de juros variam de 2,0% a 4,5% ao mês. Imagine uma reforma que custe em torno de 50.000 reais. O caminho mais barato: você investe 1.000 reais por mês em um produto de renda fixa que renda 0,8% ao mês, e consegue juntar o valor necessário em 43 meses, cerca de três anos e meio. O caminho mais caro: você financia os 50.000 reais em 43 meses. A taxa de juros provavelmente estaria entre as mais altas, então vamos considerar que seria de 4,0% ao mês. Ao final desses três anos e meio, você terá pago 105.543,07 reais, mais que o dobro do custo original da reforma.
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4. Cirurgia Plástica: tempo para pensar e poupar
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4/5 (Brent Stirton/Getty Images)
Fazer uma cirurgia plástica com fins estéticos é uma decisão que precisa de um tempo de maturação até bater o martelo. Nada melhor que utilizar esse tempo a seu favor para poupar o valor necessário. Hoje em dia já existe a possibilidade de financiar cirurgias estéticas, havendo inclusive linhas específicas para essa finalidade. O Bradesco, por exemplo, oferece uma linha em que é possível parcelar até 70% do valor da cirurgia, em até 48 meses. As taxas de juros são bem salgadas: de 4,09% a 4,47% ao mês. Juntar 5.000 reais para fazer uma lipoaspiração, por exemplo, não é assim tão difícil. Compare as duas possibilidades: O caminho mais barato: colocando apenas 200 reais por mês na caderneta de poupança, em apenas dois anos é possível juntar a quantia necessária. Quem estiver disposto a poupar mais, pode guardar 500 reais mensais e atingir o objetivo em dez meses. O caminho mais caro: suponha que você consiga financiar o valor total da cirurgia, a uma taxa de 4,09% ao mês. Em 10 meses, o montante total será apenas um pouco mais caro, de 6.162 reais - mas a parcela mensal terá sido de 619,22 reais, maior que a quantia que poderia ter sido poupada no mesmo período. Quem optar por parcelar em 20 vezes, sofrerá um impacto ainda maior, pagando 7.943,04 reais, em parcelas de 330,96. A poupança ainda vale mais a pena.
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5. MBA e Pós-Graduação: crédito educativo
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5/5 (Veja São Paulo/EXAME.com)
MBAs e pós-graduações podem ser cursos caros. Mas se as mensalidades não couberem no bolso, já existem algumas linhas de crédito educativo para financiá-las. Já existem linhas disponíveis no Bradesco, no Santander, em algumas universidades, como o Insper-SP (foto), e por meio de correspondentes bancários, como a Ideal Invest. O valor dos juros pode variar de 1,0% a 3,5% ao mês. Se for possível esperar alguns anos, porém, pode ser mais vantajoso poupar o valor total do curso. Caminho mais barato: se o valor da mensalidade – cerca de 1.500 reais, no exemplo – não couber no bolso, uma possibilidade é investir 500 reais por mês em uma aplicação de renda fixa que tenha um rendimento líquido de 0,8% ao mês. Em cerca de seis anos (69 meses) será possível poupar o equivalente ao valor total do curso. Caminho mais caro: você começa o curso hoje mesmo e financia os 45.000 reais em 36 vezes, o prazo máximo. A uma taxa de juros de 1,95% ao mês, o valor do seu MBA chega a 63.047,88, quase 50% a mais.