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5 dicas para pegar um empréstimo sem se afundar ainda mais

Pegar um empréstimo pode ser a única alternativa para quem está superendividado ou perdeu o emprego. Saiba onde e como conseguir crédito

Antes de afundar: Prefira crédito consignado e busque empréstimos mais baratos para refinanciar dívidas (Oleksandr Bilozerov/Thinkstock)

Antes de afundar: Prefira crédito consignado e busque empréstimos mais baratos para refinanciar dívidas (Oleksandr Bilozerov/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 05h00.

Última atualização em 11 de agosto de 2017 às 05h00.

São Paulo - Pegar um empréstimo pode ser a única alternativa para quem está superendividado, perdeu o emprego ou teve algum gasto de emergência. É preciso saber onde e como conseguir crédito, para não se afundar ainda mais nas dívidas.

Antes de tudo, lembre que o empréstimo é sempre a última opção, para ser usada somente em emergências ou para trocar uma dívida cara por outra mais em conta. Por mais barata que seja a linha de crédito, não vale a pena pagar juros ao banco para o que não é urgente, como reformar a casa ou viajar, por exemplo.

A seguir, confira dicas para se endividar da forma mais saudável possível e evitar que seu empréstimo se transforme em uma bola de neve:

1) Prefira o crédito consignado, mas pesquise antes de contratar

Depois do financiamento de imóvel e de carro, o crédito consignado é a modalidade de empréstimo com as taxas de juros mais baixas do mercado. Esse tipo de crédito desconta as parcelas diretamente do salário ou benefício do INSS, por isso, o risco para a instituição financeira é baixo.

A taxa média de juros do crédito consignado em junho ficou em 3% ao mês para trabalhadores do setor privado e em 1,9% ao mês para funcionários públicos, segundo o Banco Central. Só para você ter uma ideia, a taxa de juros média cobrada no crédito rotativo em junho, para parcelar a fatura do cartão, foi de 13,9% ao mês.   

No entanto, fique atento. Mesmo no crédito consignado, há grandes diferenças entre as taxas cobradas de uma instituição financeira para outra.

Para trabalhadores do setor privado, o empréstimo pode custar entre 0,65% ao mês e 6,36% ao mês, conforme o banco ou a financeira, segundo o dados do Banco Central da última semana de julho. Para funcionários públicos, a taxa mínima no mesmo período varia entre 1,03% e 5,42% de uma instituição para outra.

Se você é assalariado, só consegue pegar o empréstimo consignado pelo banco pelo qual recebe o salário ou por outra instituição conveniada com a empresa ou com o governo.  

“Em geral, as empresas só têm convênio com um banco, mas algumas podem ter mais jogo de cintura. Procure se informar no RH para pesquisar as taxas entre os bancos conveniados e conseguir a taxa mais atrativa”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Mas se você é aposentado ou pensionista do INSS, pode receber o benefício no banco que quiser e tem mais flexibilidade para pesquisar as taxas de crédito consignado de cada instituição.

2) Busque empréstimos mais baratos para refinanciar dívidas

Você pode pegar um empréstimo com taxas de juros mais baixas para quitar uma dívida mais cara. “Isso não vai diminuir sua dívida, mas vai fazer com que ela cresça em uma velocidade menor”, explica Marcela.

Só quem é assalariado ou recebe benefício do INSS pode contratar crédito consignado. Se esse não é o seu caso, a segunda melhor opção é o empréstimo pessoal, antes de parcelar compras com juros, usar o cheque especial ou parcelar a fatura do cartão.

A taxa média de juros do empréstimo pessoal não consignado em junho ficou em 7% ao mês, segundo o Banco Central. No entanto, entre os bancos e financeiras, essa taxa variou entre 1,42% ao mês e 22,19% na última semana de julho.

Ao contratar um empréstimo pessoal, vale ainda mais a dica de pesquisar taxas entre as instituições financeiras.

3) Tome cuidado com golpes em empréstimos online

Fique de olho em sites e apps de empréstimo online, que se disseminaram rapidamente nos últimos anos e prometem cobrar taxas mais baixas do que os bancos tradicionais.

Ao pegar empréstimo em um correspondente bancário, procure saber quem é o banco ou financeira por trás que oferece o crédito e se informar na internet sobre sua credibilidade.

“Esses correspondentes bancários têm crescido absurdamente, com publicidade apelativa, mas eles não têm o mesmo compromisso que os bancos e financeiras com a operação e a orientação financeira ao dar o crédito”, alerta e economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ione Amorim.

Segundo Ione, crescem os golpes ao contratar empréstimo online. Se a empresa pedir adiantamento em dinheiro para cobrir supostas taxas ou impostos, desconfie, pois essa prática não é comum no mercado.

4) Além da taxa de juros, compare o Custo Efetivo Total

Os juros são apenas uma das taxas cobradas em operações de crédito. Por isso, antes de contratar um empréstimo, é preciso comparar não apenas essa taxa, mas o Custo Efetivo Total (CET) da operação.

O CET inclui todos os encargos cobrados pelo banco ou financeira para emprestar dinheiro, como impostos, seguros e taxa de abertura de cadastro. Nem sempre a instituição que oferece a taxa de juros mais baixa tem o custo total mais barato. Os bancos e financeiras são obrigados a informar o CET, segundo o Idec.

5) Organize seu orçamento pessoal

Contratar um empréstimo pode ser sinal de que sua vida financeira não anda bem. Neste momento, é preciso se questionar como e por que você chegou a esse ponto e fazer uma revisão dos seus gastos e ganhos.

Primeiro, organize o orçamento para quitar as dívidas e, depois disso, comece a poupar para formar uma reserva de emergência e evitar de ter que contratar novos empréstimos no futuro.

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