São Paulo - Não há quem aguente com saúde viver sempre no sufoco, sem fazer sobrar um centavo no fim do mês. Sua qualidade de vida pode melhorar com a certeza de que vai dar para pagar todas as contas —e, quem sabe, ainda sobrar para pequenos prazeres.
Este sonho pode estar mais perto do que você imagina: basta seguir algumas dicas básicas de planejamento financeiro. EXAME.com conversou com especialistas que listaram cinco passos para você conseguir o tão sonhado alívio financeiro. Confira.
1. Saiba exatamente quanto você ganha
Parece mentira, mas muita gente não tem ideia do quanto exatamente cai na sua conta no fim de todo mês. Uma pesquisa feita no ano passado com inadimplentes brasileiros mostrou que 47% sabiam pouco ou nada sobre a renda disponível para o próximo mês, segundo o SPC Brasil e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Lembre de todo mês checar seu salário e somar outras rendas extras, se tiver, como orienta o professor Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.
É importante contar só com o salário líquido, ou seja, com o dinheiro que efetivamente cai na conta, descontados o Imposto de Renda, o INSS e outros eventuais benefícios, como vale-alimentação, vale-transporte e plano de saúde. Veja os descontos que incidem sobre o seu salário.
Conte apenas com o dinheiro que é seu, e não do banco. Use o limite do cartão de crédito e do cheque especial só se acontecer uma emergência e não torne esse hábito uma rotina.
2. Anote todos os seus gastos
Controlar os gastos só depende de você, o que pode ser bom se você encarar como algo que pode transformar sua vida para melhor, não como uma tortura.
O hábito de anotar o que gasta todos os dias te faz desperdiçar menos, porque você sente mais o dinheiro indo embora. Além disso, é a única forma de enxergar onde dá para cortar ou economizar, ao agrupar as despesas por categoria.
Você pode fazer isso da maneira que funciona melhor para você: em um papel, uma planilha do Excel ou um aplicativo. Alguns apps, como o GuiaBolso, sincronizam os dados da conta bancária e, assim, registram e categorizam os gastos automaticamente.
Em outros, como o Minhas Economias, o usuário precisa registrar uma por uma das despesas, e o aplicativo apenas as agrupa por categoria e mostra gráficos.
Algumas pessoas preferem fazer esse registro do que deixá-lo no automático, para controlar mais facilmente quanto estão consumindo. Veja 20 opções de planilhas, apps e sites de controle financeiro.
Anotar as receitas e os gastos não é suficiente para montar um orçamento financeiro completo, como destaca a educadora financeira Cássia D’Aquino. “O verdadeiro orçamento é um plano de voo. Inclui quanto dinheiro você precisa poupar para realizar seus objetivos”, ressalta.
3. Crie uma meta de gasto por semana
Não adianta só anotar tudo direitinho no orçamento e não mudar hábitos de consumo. Fica mais fácil ter autocontrole com metas claras do quanto pode gastar em períodos curtos. Por exemplo, no fim de semana ou na semana.
Separe os gastos fixos, como o aluguel e as contas básicas da casa, e o que você irá poupar, e veja quanto sobra da sua receita para os gastos variáveis, como alimentação, transporte e lazer.
Divida esse valor pelas semanas do mês, por exemplo, e estabeleça um valor máximo para gastar por semana, incluindo todos os gastos variáveis, do cafezinho ao salão de beleza.
Você pode usar esse valor máximo da maneira como preferir a cada semana. Lembre de eleger prioridades do que é mais ou menos importante para você.
“Não existe fórmula mágica para controlar o dinheiro sem sofrer com a frustração. Você terá que escolher o que cortar ou substituir. Mas depois que consegue, a sensação é de liberdade de poder ter controle sobre a própria vida”, define Cássia.
Se não sabe por onde começar a economizar, veja 10 hábitos para interromper imediatamente.
4. Assuma menos contas fixas
Talvez seja preciso rever suas contas fixas, se elas estiverem pesando muito no orçamento. É comum tratar como básicos alguns gastos que podem ser sacrificados.
Saiba diferenciar os seus desejos e reais necessidades e faça cortes, se for preciso. “Assuma o menor número possível de contas fixas”, sugere Viriato.
Para o professor de finanças, a moradia é um item do orçamento que, muitas vezes, pesa mais do que deveria. Ele diz que o ideal é que o gasto com aluguel ou com financiamento não ultrapasse 30% da renda familiar. “Esse é o ponto máximo para gastar com moradia. Se não, você está morando onde não deveria”, diz.
Como é bem difícil encontrar um aluguel compatível com o salário, tente encontrar formas de economizar. Se não tem carro, uma dica é alugar sua garagem no prédio para um vizinho. Se não usa piscina ou sala de ginástica, por exemplo, você pode buscar um condomínio com custo mais baixo.
5. Adote uma forma de pagamento que você não se perca
Dinheiro, cartão de débito ou cartão de crédito? Opte pela forma que você acha mais fácil de se planejar.
Para Viriato, sacar notas no caixa eletrônico e usá-las para pagar todo que consumir é a melhor maneira de controlar melhor o que você gasta, pois vê o dinheiro indo embora. “Com o cartão de débito ou de crédito, você não sente a despesa. Ele é uma arma”, explica.
Se optar pelo cartão, prefira usar o débito se você tem mais dificuldade de se organizar. Assim, não fica com pendências para acertar com o banco.
No entanto, o cartão de crédito pode ajudar na organização financeira, pois permite que você ajuste a data do pagamento ao recebimento do salário e se planeje para pagar tudo de uma vez. Veja 7 erros comuns ao usar o cartão de crédito.
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1. Chega de desculpas
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São Paulo - Não consegue economizar ou vive no
cheque especial, mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o
orçamento.
É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da casa própria, por exemplo. As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano. Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
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2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas
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Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
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3. 2º dia: analise os gastos
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3/16 (ThinkStock/Nastco)
Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou
aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
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4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento
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4/16 (pressureUA/Thinkstock)
O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
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5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas
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5/16 (George Doyle/Thinkstock)
Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
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6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros
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6/16 (RomoloTavani/Thinkstock)
Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
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7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos
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7/16 (Tramvaen/Thinkstock)
Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
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8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda
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Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
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9. 8º dia: negocie dívidas
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9/16 (Thinkstock/Creatas Images)
Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas (
veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
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10. 9º dia: estude investimentos
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10/16 (ThinkStock/sjenner13)
Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira (
veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
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11. 10 º dia: defina metas de poupança
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11/16 (James Thew/Thinkstock)
Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
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12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria
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12/16 (ChickiBam/Thinkstock)
Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo (
veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
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13. 12º dia: automatize seus investimentos
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13/16 (Anatoliy Babiy/Thinkstock)
Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
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14. 13º dia: organize documentos e senhas
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14/16 (gpointstudio/Thinkstock)
Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
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15. 14º dia: planeje o orçamento futuro
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15/16 (Thinkstock)
Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
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16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento
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16/16 (Raul Júnior/VOCÊ SA)