Mecânico (Thinkstock/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 7 de novembro de 2016 às 11h03.
Última atualização em 7 de novembro de 2016 às 13h54.
Ao levar o carro a uma oficina ou autocenter para fazer alinhamento e balanceamento, em geral na promoção, você recebeu uma lista de reparos que quase o condena. É tanto defeito que não dá nem para saber como o veículo chegou inteiro ao elevador. Como ter certeza de que é tudo conversa mole?
Pedimos a opinião de dois especialistas para livrá-lo desse mal de uma vez por todas: Francisco Satkunas, diretor da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), e Silvio Ricardo Candido. diretor do Sindirepa-SP.
Uma empurroterapia bem aplicada conta não só com o desconhecimento do cliente, mas também com o fator tempo e a ansiedade do dono do carro. Se o defeito não for caso de vida ou morte, dá para levar seu veículo ao mecânico de confiança.
"Existe hoje um esforço para transformar os mecânicos em vendedores. Eles ganham um fixo mais comissão pelas peças que ajudam a vender", diz Satkunas.
O padrão dos "empurroterapeutas" é instalar a peça nova e sumir com a anterior. Se você pede para levá-la embora, a chance de cair em golpe é bem reduzida.
"Eles ficam com medo de que o cliente leve a peça usada a alguém de confiança e depois voltem exigindo a devolução do dinheiro. Nesse caso, preferem evitar a dor de cabeça", diz Satkunas.
Outra boa pedida é pedir para conversar com o supervisor da oficina para pedir uma segunda opinião. Isso costuma desmotivar quem age mais interessado na venda do que no cliente.
Sintoma clássico da empurroterapia é uma lista com muitos consertos. Se seu carro passa sempre por manutenção preventiva, não há motivos para que tenha defeitos demais.
"Um veículo com acompanhamento constante tem custo de manutenção em torno de R$ 0,09 a R$ 0,12 por quilômetro rodado. O carro que para na oficina só após dar defeito custa R$ 0,32. Ou seja, é três vezes mais caro remediar do que prevenir", diz Candido.
Você não tem obrigação de conhecer seu automóvel de trás para a frente, mas precisa saber em quem confiar numa emergência. É o profissional que, por exemplo, ouvirá o diagnóstico por telefone e garantirá que o veículo pode sair do autocenter sem o risco de uma quebra iminente.