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3 passos para trocar o financiamento de banco e pagar menos juros

A portabilidade do crédito pode ser sua aliada para reduzir as parcelas mensais ou encurtar o prazo de pagamento do financiamento

 (BrianAJackson/Thinkstock)

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Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 05h00.

Última atualização em 7 de novembro de 2016 às 05h00.

São Paulo - O financiamento imobiliário que você fez há dez ou vinte anos pesa demais no bolso? Você pode tentar trocar sua dívida por uma mais barata em outro banco, com juros menores. A portabilidade do crédito pode ser sua aliada para reduzir as parcelas mensais ou encurtar o prazo de pagamento.

“Esse é um ótimo instrumento para reduzir a dívida, ainda que seja pouco provável encontrar taxas de juros menores no cenário atual”, recomenda a economista Ione Amorim, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Antes de pedir a portabilidade ao seu banco antigo, você ainda pode tentar negociar uma redução da taxa de juros. Se não houver negociação, procure outro banco, como recomenda Ione. A transação é feita entre as instituições.

Veja, a seguir, três passos para realizar a portabilidade do financiamento:

1. Compare todos os custos, não só os juros

Para avaliar se realmente vale a pena transferir o seu financiamento de banco e evitar uma burocracia desnecessária, é indispensável comparar outros custos além da taxa de juros, como observa Lúcio de Queiroz Delfino, diretor-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).

Verifique o Custo Efetivo Total, que inclui outras tarifas cobradas pelo banco para realizar o financiamento, como o seguro obrigatório por morte e invalidez, o seguro por danos físicos ao imóvel e a taxa de administração. Às vezes, mesmo com juros menores, o CET é maior em outro banco e a troca de instituição não compensa.

Se fizer a portabilidade do financiamento, você também terá um novo custo de registro do imóvel em cartório. “Esse custo varia conforme o estado, mas, em média, chega a 1% do valor do imóvel. É muito alto”, explica Delfino.

O novo banco não pode cobrar pela realização da portabilidade, como alerta a economista Ione Amorim, do Idec. Também é proibido fazer venda casada de serviços, ou seja, só aprovar a transferência do financiamento se você contratar seguros não obrigatórios, títulos de capitalização e outros produtos bancários.

2. Mantenha sua vida financeira em dia

Ao realizar a portabilidade, você terá que provar ao novo banco que tem condições financeiras de assumir a dívida, assim como no primeiro financiamento. Cada instituição tem as suas próprias condições para aprovar o crédito.

“Para o banco que assumirá o empréstimo, é como se você estivesse começando do zero. Ele não tem obrigação de aceitar a portabilidade”, explica Lúcio Delfino, da ABMH.

A instituição vai exigir comprovante de renda e nome limpo, sem contas vencidas, além do pagamento em dia das parcelas do financiamento no banco anterior. Ter um relacionamento prévio com o banco pode ajudar a conseguir a aprovação do crédito.

3. Solicite o saldo da dívida no banco antigo

Se você está decidido a fazer a portabilidade, precisa pedir ao banco antigo um documento, que vai incluir o saldo do financiamento que ainda falta pagar e o número do contrato, entre outras informações. Esse documento serve para que o novo banco possa quitar a dívida antecipadamente com a primeira instituição.

Quem vai fazer a quitação é o novo banco, e não você, e a instituição não pode cobrar nada por isso. O Banco Central só autoriza a cobrança de uma tarifa de cadastro para iniciar relacionamento com o banco. A antiga instituição é obrigada a acatar o seu pedido de portabilidade.

Se você encontrar qualquer dificuldade para transferir seu financiamento, pode pedir ajuda ao Banco Central, pelo telefone 0800 979-2345. Essas mesmas regras valem para portabilidade de outras linhas de crédito, entre elas cartão de crédito, cheque especial, financiamento de veículo, crédito pessoal e crédito consignado.

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