13º salário: para orientar trabalhadores que possuem dúvidas sobre como usar a renda extra, analistas da Exame Research revelaram o destino que darão ao dinheiro (Priscila Zambotto/Getty Images)
Com a chegada do fim de ano, os trabalhadores formais se animam com o pagamento das parcelas do 13º salário. Entretanto muitos não sabem qual o melhor destino para este dinheiro e acabam ficando em dúvida sobre o que fazer. Cada pessoa possui uma necessidade diferente, muitas têm dívidas e precisam quitá-las, outras querem começar a investir e, por isso, é necessário parar para analisar cada situação separadamente. Para ajudar a dar uma luz aos trabalhadores que possuem essas dúvidas, os analistas de diferentes frentes da EXAME Research, como: ações, fundos e criptomoedas, falaram sobre o que eles farão com a famosa bonificação de final de ano.
A primeira parcela é paga até o dia 30 de novembro, sem os descontos de Imposto de Renda; e a segunda parcela, até o dia 20 de dezembro, com os descontos.
Confira as recomendações de investimento dos especialistas da Exame Research
O especialista em ações da Exame Research Victor Aguiar afirmou que, apesar de não ter parado para pensar nisso neste ano, ele tem o costume de guardar parte do 13º salário para os gastos fixos de início de ano. "Eu não gosto de pensar no 13º como um dinheiro inesperado que cai na conta, como um extra pra ser gasto à vontade... Eu costumo reservar parte do 13º para os gastos de janeiro, como IPTU e IPVA, além da fatura de cartão de crédito que vem mais alta por causa das compras de fim de ano", disse Aguiar.
Segundo ele, seus gastos com presentes ficarão um pouco acima do que o de costume, mas o montante também será utilizado para investimentos. "Tenho sentido uma vontade de presentear mais, principalmente por causa da pandemia e do afastamento social. Eu não tenho filhos, então não preciso me preocupar com toda a parte de gastos escolares. Feita essa reserva para janeiro, eu provavelmente vou usar o restante para investir, sempre mantendo uma diversificação na carteira", completou o especialista em renda variável.
Seguindo a mesma linha de raciocínio de Aguiar, a analista de fundos da EXAME Research, Juliana Machado, também destacou a importância de separar uma parte do valor recebido para a compra de presentes. De acordo com a especialista, mesmo sendo importante fazer investimentos e reservas, as pessoas também devem pensar nas celebrações.
"A primeira coisa que eu faço neste período de festas é separar uma grana para presentes que eu, eventualmente, queira dar ou para viagens que eu queria fazer. Com a pandemia, a questão da viagem é impossível. Então, com o 13º, certamente neste ano, até um pouco mais do que nos anos anteriores, eu vou investir", disse a especialista.
Conheça a casa de análise de investimentos da Exame
A especialista em fundos da EXAME Research disse também que no fim do ano ela costuma utilizar o 13º para aplicar em alguns produtos que considera "os grandes vencedores da carteira". "Produtos em que eu acredito, não só os que tiveram uma rentabilidade boa, porque a rentabilidade passada não me diz nada sobre o futuro, mas produtos que eu acredito que tenham consistência", afirmou a analista.
Os produtos a que Machado se refere, no caso, são especialmente fundos, que é o tipo de investimento que a especialista escolhe há oito anos. "Eu coloco esses recursos para que eles possam continuar rendendo por mais tempo. Sempre procuro também dar uma recauchutada na minha reserva de emergência. E analiso de que maneira quero utilizar o dinheiro, como para presentear alguém, para fazer uma ceia de Natal, comprar alguma coisa no fim do ano. Eu separo esses recursos para manter a qualidade de vida, acho isso importante, para fechar os ciclos com uma celebração, mas sem colocar o pé no acelerador."
A analista também ressaltou que, caso tenha uma parte de sua reserva de emergência que esteja um pouco mais deslocada, ela a incrementa. O mesmo vale para a possível queda de um fundo mais agressivo. "Se teve algum fundo mais agressivo que teve quedas, eu faço novos aportes. Eu dou o destino que eu considero mais importante para aquela grana de acordo com a minha carteira, como ela está no total", salientou a analista.
A reserva de oportunidade é um dos destinos escolhidos por Danilo Barbosa, head de fundos imobiliários (FIIs) da EXAME Research. Ele planejou dividir a renda extra em três partes. Primeiro, em investimentos de ativos de fundos imobiliários. "Ainda observo alguns fundos com oportunidade inclusive de ganho de capital, ainda que o principal objetivo dos FIIs sejam rendimentos visando o longo prazo", explica.
Ele conta que também pretende recompor parcialmente a reserva de oportunidade, pois acabou investindo tudo o que havia nela entre os meses de março e maio, aproveitando um momento em que os preços de ativos estavam, a seu ver, “descolados do fundamento”. Ele ressalva que a decisão de utilizar a reserva inteira não é recomendável. A última parte será destinada aos gastos de fim e início de ano, que, "como todos nós sabemos", costumam ser bem maiores.
Para o analista de criptomoedas, Nicholas Sacchi, o 13º será importante para repor sua reserva de liquidez, que foi usada para cobrir despesas extraordinárias em outubro. "Pretendo usar uma parcela do 13º salário para repor parte do valor que foi tirado. Além disso, como de costume, farei o aporte de, pelo menos, 15% do valor que receber em criptoativos. A estratégia tem dado muito certo não só em termos de preservação de capital contra os efeitos inflacionários no Brasil."
Sacchi destacou que os criptoativos protegem sua carteira contra um potencial ciclo de inflação nos ativos financeiros, em decorrência dos afrouxamentos quantitativos praticados no mundo todo por causa da pandemia de coronavírus (Covid-19). "Também estou bastante satisfeito com a estratégia em termos de evolução patrimonial", afirmou o analista de criptoativos.
Os analistas da Exame Research destacaram também que é importante ter uma rotina para os investimentos. Ou seja, ter uma regularidade para realizar os aportes mensais. Assim, o investidor passará a ter uma melhor organização financeira e terá mais facilidade para lidar com o dinheiro, já destinando uma parte fixa dele para os aportes. Dessa forma, o montante investido não será a "sobra" do mês, e, sim, a parte separada para poupar.