Minhas Finanças

10 small caps para surfar lucros mesmo com vento contra

Analistas do HSBC estão apostando em algumas ações menores que podem ter uma recuperação brilhante depois que algumas fontes de incertezas


	Telão da Bovespa: índice MSCI Brasil Small Caps apresenta queda de 23% desde fevereiro de 2013
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Telão da Bovespa: índice MSCI Brasil Small Caps apresenta queda de 23% desde fevereiro de 2013 (Alexandre Battibugli/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 17h12.

São Paulo - Em tempos de “não vai ter Copa”, o bordão do mercado de bolsa no Brasil bem que poderia ser “não vai ter lucro”.

Com um crescimento fraco da economia e um clima de forte desconfiança entre os investidores, especialistas têm vislumbrado neste ano um cenário magro para quem investe em ações.

Contudo, analistas do banco HSBC apostam em algumas ações de empresas menores, as chamadas “small caps”, que podem ter uma recuperação brilhante depois que algumas fontes de incertezas para a economia e a bolsa brasileira forem mitigadas.

É verdade que as “small caps” têm sofrido mais do que as ações de grandes empresas nos últimos meses.

Em relatório enviado a clientes, os analistas Marina Valle, André Carvalho e Alexandre Falcão, do HSBC, lembram que o índice MSCI Brasil Small Caps, calculado pelo banco americano Morgan Stanley e visto como uma referência para investidores estrangeiros, apresenta queda de 23% desde fevereiro de 2013.

Trata-se de um desempenho quase 20% pior do que o das ações de primeira linha no mesmo período. E a visão dos analistas para essas empresas menores até outubro de 2014, pelo menos, segue desanimador. 

Porém, depois das eleições, eles afirmam que essa classe de papéis deve ser fortemente beneficiada, se recuperando do tombo recente e justificando a decisão de investir nelas.

Segundo o relatório, investir em “small caps” agora trará bons resultados a partir do ano que vem, mas é importante que o investidor fique atento a três fatores principais.

Dois deles têm a ver com a eleição e o outro, com o risco de racionamento de energia.

Pós-eleição

Segundo os analistas, independente de quem vença a corrida eleitoral à presidência, haverá ajustes de política pós-eleitoral, “incluindo um aperto fiscal de 1 ponto percentual do PIB”.

Esse aperto, de acordo com o banco, pode ter algum efeito de recessão sobre a economia brasileira, mas, a percepção de credibilidade e de melhoria do cenário por parte do mercado deve favorecer um movimento de alta as ações, e as small caps sairão na frente.

“Acreditamos que o novo governo deve fazer a coisa certa, envolvendo aperto fiscal, voltando a ganhar a confiança dos investidores.”

A percepção de melhora da economia, na opinião dos analistas, deve beneficiar as ações de bancos.

O impacto positivo dessa melhora sobre os juros de longo prazo, que tendem a cair, pode beneficiar setores como rodovias pedagiadas, shoppings e empresas grandes pagadoras de dividendos.

Vitória da oposição

Em caso de vitória da oposição à presidente Dilma Rousseff, os analistas acreditam que haverá um movimento de alta da bolsa, beneficiando as “small caps”.

Isso porque, um candidato de oposição seria visto como mais amigável ao mercado, reduzindo a intervenção do governo principalmente nas estatais.

Nesse caso, o HSBC afirma que “a alternativa parece estar em certos nomes domésticos de qualidade, bastante sensíveis à percepção sobre a política macroeconômica, como bancos privados, estatais e empresas cujas ações têm alta correlação com o Índice Bovespa, ou seja, que têm valorização quando o índice sobe.

Risco de racionamento

Uma vez que a estação chuvosa no Sudeste terminou e o nível dos reservatórios da região continua baixo, os analistas acreditam que a necessidade de racionamento “aumenta consideravelmente”.

Porém, tendo em vista as eleições presidenciais em outubro, o banco acredita que o governo adiará qualquer decisão sobre o racionamento para o ano que vem.

Segundo os cálculos do HSBC, um cenário de racionamento de 20% pode impactar negativamente o crescimento do PIB em 2 pontos percentuais nos primeiros quatro trimestres após o anúncio, podendo ainda desvalorizar o real para algo em torno de R$3,00 por dólar.

Pensando nas ações “small caps”, sob tal cenário, os setores de papel e celulose, produtores de proteínas e setores defensivos domésticos (por exemplo, educação, tecnologia da informação e rodovias pedagiadas) devem ter melhor desempenho.

Confira abaixo a seleção de 10 ações “small caps” feita por analistas do HSBC e que devem passar por uma fase de forte alta a partir de 2015:

Ação Código Segmento Recomendação Preço Justo Preço Atual
ABC Brasil ABCB4 Bancos Compra R$ 15,70 R$ 13,00
Anima Educação ANIM3 Educação Compra R$ 34,00 R$ 29,66
Arteris ARTR3 Rodovias Manutenção R$ 23,50 R$ 17,57
Banrisul BRSR6 Bancos Compra R$ 18,00 R$ 10,81
Linx LINX3 TI Compra R$ 56,00 R$ 48,34
Marfrig MRFG3 Alimentos Manutenção R$ 5,50 R$ 5,52
Minverva BEEF3 Alimentos Compra R$ 14,00 R$ 10,40
Odontoprev ODPV3 Saúde Compra R$ 12,00 R$ 9,77
São Martinho SMTO3 Sucro-alcooleiro Compra R$ 40,00 R$ 39,52
SLC Agrícola SLCE3 Agrícola Compra R$ 26,00 R$ 18,65
Acompanhe tudo sobre:analises-de-acoesB3Bancosbolsas-de-valoresEmpresasEmpresas inglesasGuia de AçõesHSBCrenda-variavelSmall cap

Mais de Minhas Finanças

Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 3,5 milhões nesta quarta-feira

Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33%

Mega da Virada 2024 inicia apostas com prêmio recorde de R$ 600 milhões

Influenciadoras de Wall Street: como elas estão democratizando as finanças pessoais