Problemas com smartphones: É essencial conhecer detalhes do seguro que você vai contratar (Lolostock/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 05h00.
Última atualização em 9 de dezembro de 2016 às 05h00.
São Paulo - Não importa onde você esteja, é bem provável que leia esta matéria no smartphone, ou vá checá-lo nos próximos segundos, para olhar a hora ou o WhatsApp. O mercado de seguros para celulares surfa nessa onda e cresce 15% ao ano, mas ainda gera surpresas entre consumidores.
Na hora do aperto, muita gente descobre que a cobertura das seguradoras não inclui furtos simples ou queda na piscina, por exemplo, como aponta o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). A seguir, EXAME.com dá dicas para não ser pego de surpresa ao contratar esse seguro.
O seguro de celular pode ser contratado na loja que vendeu o aparelho, na operadora da sua linha ou direto em algumas seguradoras. Várias delas, porém, só vendem o seguro através das varejistas parceiras.
Quando a loja ou a operadora oferecem o produto, assim que você compra seu celular, é importante saber quem é a seguradora que está por trás da oferta. “Geralmente são empresas de grande porte, mas é preciso ter certeza que a seguradora é regulada pela Susep”, recomenda a técnica Gisele Rodrigues, especialista em seguros da associação de consumidores Proteste.
Para isso, acesse o site da Susep, que regula o mercado de seguros. Outra dica é procurar reclamações de consumidores na internet, em sites como o Reclame Aqui e Consumidor.gov.br.
Várias seguradoras não cobrem celulares que têm mais de um ano. O que pode acontecer é o seu seguro ser renovado, diante de um novo pagamento. Por isso, se optar por adquirir o seguro, faça enquanto o aparelho ainda é novo.
O seguro de celular é precificado a partir de uma porcentagem sobre o valor do aparelho. Ou seja, quanto mais caro o celular, maior o preço da garantia. As coberturas incluídas na apólice e o endereço do consumidor também interferem na precificação.
Em duas grandes seguradoras, a Mapfre e a Zurich, o valor do seguro para celular chega a 25% do valor do aparelho. O preço é acertado com os varejistas e as operadoras de telefonia que comercializam os produtos.
O mesmo seguro pode ter uma grande diferença de preço, segundo o Idec. “Em geral, quanto mais caro o aparelho, mais o seguro compensa para o consumidor. Mas para valer a pena, depende muito da cobertura contratada”, orienta o advogado do Idec Christian Printes.
É essencial entender os detalhes da cobertura oferecida. “Nunca olhe para apenas uma seguradora. Analise diferentes propostas”, aconselha a coordenadora de marketing da Bidu Corretora, Marcella Ewerton.
Normalmente os seguros para celular têm franquia, ou seja, o consumidor tem que pagar uma porcentagem do valor do aparelho ou do conserto se precisar acionar a apólice. Na Zurich, por exemplo, a franquia é de até 25% do valor do aparelho.
É essencial você conhecer essas regras, para evitar surpresas se precisar acionar o seguro e não prejudicar o orçamento. Outra dica é conferir se há carência, um período inicial em que o consumidor não pode acionar a apólice se algo acontecer com o aparelho. Alguns planos têm carência de 30 dias, segundo a Proteste.
A maioria dos seguros para celular cobre apenas roubo e furto qualificado. Isso significa que a apólice não cobre furtos simples, como o sumiço do celular de dentro da bolsa no ônibus ou de cima da mesa do restaurante, sem deixar algum dano aparente.
“É preciso haver uma evidência de que algum estranho teve acesso ao celular, como um rasgo na bolsa. É importante que o consumidor entenda que o seguro não dá cobertura quando o aparelho simplesmente some”, explica Tulio Carvalho, superintendente executivo de seguros massificados do grupo segurador Banco do Brasil e Mapfre.
Esse é um dos pontos mais polêmicos do seguro de celular, que costuma pegar consumidores de surpresa.Por isso, é importante entender exatamente o que você está contratando.
Segundo as seguradoras, o custo do seguro ficaria inviável para consumidores se o furto simples fosse incluído nas coberturas, já que as ocorrências aumentariam significativamente. “Temos trabalhado para orientar consumidores de forma clara. É importante buscar informações detalhadas sobre o seguro”, orienta Bruno Tognozzi, gerente comercial de afinidades da Zurich Brasil.
Outras coberturas incluem danos acidentais ao aparelho, como a quebra da tela, desde que não haja responsabilidade do usuário no acidente. Mas é essencial observar os detalhes da apólice. Nem todas as coberturas incluem queda na piscina, por exemplo.
Algumas seguradoras dão um celular novo para o consumidor como indenização. Outras reembolsam o valor do aparelho ou do conserto, depois de um orçamento feito em uma assistência técnica autorizada.
Avalie o que é melhor pra você e observe essa condição no contrato. Exija que o prazo estabelecido para receber a indenização seja cumprido.
Há outras formas de proteção para quem perde o celular por roubo, furto ou acidente. Entre elas, a própria garantia do aparelho fornecida pela marca.
Outra alternativa é o Pitzi, um clube de proteção de celulares contra acidentes. O usuário paga entre 5 e 40 reais por mês para receber um novo celular em até cinco dias, se o aparelho quebrar.
“O processo das seguradoras é mais burocrático. Cobre o risco financeiro de perder o smartphone, mas demora até entregar o produto ou o reembolso”, contrapõe o fundador do serviço, Daniel Hatkoff.
Se acontecer um sinistro, como o mercado segurador chama a ocorrência, é importante o consumidor ter provas para mostrar à seguradora. Se for um roubo ou um furto, é preciso fazer um boletim de ocorrência para poder acionar a apólice contratada.
Guardar a nota fiscal original do celular também é essencial para poder acionar o seguro. É nela que estão registrados o modelo e o preço do smartphone, para a seguradora conferir a indenização que você receberá.
Qualquer omissão de informação ou mentira sobre o sinistro pode impedir que você acione a apólice. Por isso, seja o mais claro possível.