Wall Street: ata da reunião do Fed mostrou maior preocupação com inflação (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 17 de agosto de 2023 às 15h27.
Os rendimentos dos títulos soberanos globais saltam à medida que dados econômicos robustos desafiam a visão de que os juros dos principais bancos centrais estão perto do pico. O yield dos Treasuries de 30 anos dos Estados Unidos atingiu o nível mais alto desde 2011 e o dos gilts britânicos de 10 anos voltou a níveis que não eram vistos desde 2008.
As notas do Tesouro americano lideraram a derrocada global da dívida soberana, à medida que a economia dos EUA desafia as expectativas de que mais de cinco pontos percentuais de aumentos de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) causariam uma recessão.
Na última decisão de política monetária do Fed em julho, os dirigentes do BC americano continuavam preocupadas com o fato de que a inflação custa a ceder e pode exigir mais aperto. Os sinais ficaram ainda mais claros na ata da reunião divulgada ontem.
“Acreditamos que existe a possibilidade de você ter um aumento adicional de juros do Fed ainda este ano para garantir que haja uma espécie de apólice de seguro de que a inflação permaneça contida”, disse. Jerome Schneider, chefe de gestão e financiamento de curto prazo da Pimco, que administra US$ 1,8 trilhão de recursos.
Os novos pedidos de auxílio-desemprego divulgados nesta quinta-feira sugerem que o mercado de trabalho continua forte.
No Japão, que tem as taxas de juros mais baixas entre os países desenvolvidos, houve pouco interesse do investidor em um leilão de notas de 20 anos nesta quinta-feira.
O rendimento em um índice de dívida soberana global da Bloomberg subiu para 3,3% na quarta-feira, o maior nível desde agosto de 2008. Os títulos soberanos em todo o mundo deram aos investidores uma perda de 1,2% este ano, tornando a classe de ativos a pior desempenho nos principais índices de dívida da Bloomberg.
Os yields saltam quando a demanda pelos títulos cai e os investidores pagam menos por eles. Quem tem os títulos em carteira perde com a depreciação dos ativos.
É uma reversão em relação ao início do ano, quando o otimismo de que os aumentos de juros estavam perto do fim fez com que os títulos globais se valorizassem e os rendimentos caíssem.