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XP define hoje preço de IPO com excesso de demanda

A companhia deve ser avaliada em até 18 bilhões de dólares (cerca de 75 bilhões de reais), se os papéis alcançarem o teto da faixa indicativa, em 25 dólares

Operadores da XP: companhia ajudou a impulsionar entrada de 700.000 brasileiros noa bolsa em 2019 (Germano Lüders/Exame)

Operadores da XP: companhia ajudou a impulsionar entrada de 700.000 brasileiros noa bolsa em 2019 (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 06h32.

Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 07h07.

São Paulo — A XP investimentos define nesta terça-feira o preço em que ofertará suas ações na Nasdaq, a bolsa americana de tecnologia. A abertura de capital (IPO) está marcada para amanhã e, a julgar pelo interesse de investidores, a XP pode fazer uma das maiores ofertas de companhias brasileiras nos últimos tempos. A participação de investidores brasileiros, porém, está cercada de polêmica por oposição da XP à participação na oferta de um fundo criado para investir em suas ações, da gestora Vitreo.

Segundo mostra reportagem do Estadão, a demanda pelas ações da XP já supera em dez vezes a oferta — há ordens de aproximadamente 20 bilhões de dólares para uma operação que deve levantar 2,1 bilhões de dólares.

A companhia deve ser avaliada em até 18 bilhões de dólares (cerca de 75 bilhões de reais), se os papéis alcançarem o teto da faixa indicativa, em 25 dólares. Seria o suficiente para colocara XP no grupo de 15 empresas mais valiosas do país, junto com fenômenos da bolsa como a varejista Magazine Luiza.

Joga a favor da XP o fato de ser uma empresa de tecnologia, com resultados consistentes, e num mercado em ebulição. A companhia é pioneira na atração de novos investidores para a investimentos em renda variável — a bolsa brasileira, a B3, ganhou 700.000 novos investidores em 2019, ampliando sua base para 1,5 milhão de pessoas.

É uma dinâmica que deve se manter em 2020, ano que deve combinar juros baixos com um crescimento econômico mais acelerado. O Banco Central brasileiro deve cortar a taxa básica de juros nesta quarta-feira para uma nova mínima histórica, de 4,5%. A economia, por sua vez, deve crescer 1,1% este ano e 2,24% ano que vem, segundo projeções divulgadas ontem.

A abertura de capital da XP é o mais novo desafio na história de Guilherme Benchimol, que decidiu empreender depois de ser demitido da corretora Investshop, em 2001, quando a bolha da internet estourou. Aos 24 anos, o economista carioca se mudou para Porto Alegre e ali nasceu o que viria ser a maior corretora do país.

Em 2018, o Itaú comprou 49,9% da corretora avaliada na época em 12 bilhões de reais (um quinto do patamar atual, portanto), quando reportou um total de 202 bilhões de reais de ativos sob custódia, 3 bilhões de reais em receita líquida e um resultado líquido ajustado de 491 milhões reais. Além de sócios executivos da XP, devem vender ações nesta quarta-feira os fundos General Atlantic e Dynamo.

Uma abertura bem sucedida em Nova York deve intensificar a competição por ofertas de companhias brasileiras em 2020. Nos últimos dois anos cresceu o grupo de companhias que foram às bolsas americanas, ignorando a B3. Para 2020, há 34 companhias considerando uma oferta de ações, segundo a coluna Primeiro Lugar, da última edição de EXAME, um recorde nos últimos quatro anos.

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