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‘Woodstock da eletrificação’: Por que o Investor Day da WEG (WEGE3) animou os investidores

Margens melhores e aumento da demanda dos produtos da companhia em meio à transição energética devem seguir sustentando os papéis após rali de no 45% ano, apontam BTG e Itaú

WEG: segundo o BTG Pactual, o ROIC está em um nível histórico (Leandro Fonseca/Exame)

WEG: segundo o BTG Pactual, o ROIC está em um nível histórico (Leandro Fonseca/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 18h27.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 21h21.

A WEG, uma das maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, realizou seu Investor Day em 2024 na sexta – ou o 'Woodstock da eletrificação',  nas palavras do Itaú BBA, sublinhando as inúmeras vertentes de crescimento para a empresa em meio à transição energética.

O evento reforçou o otimismo do banco com as ações da companhia, cujas ações sobem 46% no acumulado do ano, com um rali concentrado especialmente desde maio. "A alta foi movida principalmente pelo consenso convergindo para margens estáveis em 2024, contra uma expectativa anterior mais pessimista. ", disse a equipe liderada por Daniel Gasparete.

"Acreditamos que o próximo rali vai ser apoiado por margens ainda maiores nos próximos trimestres e em 2025", acrescentou, no que parece ser a senha para uma provável revisão de estimativas. O Itaú tem preço-alvo de R$ 57 para o papel da WEG, uma alta de cerca de 5% em relação ao fechamento de sexta-feira.

Durante o evento, a WEG afirmou que a margem da carteira de produtos de transmissão e distribuiçã0 (T&D), voltado para energia elétrica, superior às do segundo trimestre. O Itaú ressalta ainda a boa dinâmica na vertical de transformadores elétricos, cuja receita dobrou nos últimos três anos.

O perfil de rentabilidade desse negócio também deve melhorar. Isso porque a maior parte da receita (50-60%) vem de unidades maiores e mais complexas, que oferecem melhores margens. Com uma demanda forte pelos produtos em meio à capacidade limitada da indústria, os preços estão subindo, o que deve beneficiar a WEG em termos de margens e retorno sobre o capital investido (ROIC).

O BTG (do mesmo grupo de controle da EXAME) complementa essa análise, afirmando que a WEG melhorou sua geração de caixa nos últimos anos, alcançando uma taxa média de conversão de cerca de 80%.

“Graças a uma alocação eficaz de capital nos últimos anos, o ROIC da empresa está em um nível historicamente alto, e espera-se que esse sólido desempenho continue.”

Os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia do BTG ainda mencionam como positivo os planos de investimento da WEG para uma nova fábrica de pintura, com um investimento de R$ 100 milhões, além de um investimento de R$ 370 milhões em transformação de energia e um projeto de expansão de R$ 128 milhões em Gravataí - todos em 2026.

Outro destaque para o BTG é a integração das operações da Regal Rexnord, especialmente da marca Marathon. Com essa aquisição, a WEG agora possui 15% do mercado global de motores elétricos de baixa tensão, o que a coloca como a segunda maior do mundo, com potencial para se tornar líder em breve, ultrapassando a ABB.

Segundo o banco, a WEG está aproveitando de forma positiva a integração com a Marathon para aumentar sua presença global na América do Norte, China, Índia e Europa. Na América do Norte, a WEG agora tem quatro novas fábricas que fortalecem sua estratégia. Já na Índia, a aquisição de duas novas fábricas melhorou o acesso da WEG a áreas industriais críticas.

Na Europa, a WEG adicionou duas marcas: Rotor, que se concentra em propulsão marinha, e Cemp, que se especializa em setores de alto risco, como energia e petróleo e gás. Na China, a WEG pretende aproveitar sua joint venture com a Shanghai Electric para melhorar seus negócios de alternadores

O Itaú ressalta ainda que a demanda por sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS) deve decolar, impulsionada pelo aumento do uso de energias renováveis, como eólica e solar e pela queda nos custos das baterias (90% menor em comparação com 10 anos atrás).

Há a projeção também de que a demanda por alternadores aumente com o crescimento do uso de inteligência artificial (IA) e a necessidade de data centers, que consomem muita energia. Segundo os analistas do BTG, a WEG projeta um crescimento anual de 5% no mercado de transformadores até 2030, impulsionado pela geração de energia renovável, eletrificação e modernização das redes elétricas.

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