Nesta semana, o índice dos 30 principais valores de Wall Street, o Dow Jones, caiu 4%, fechando a sexta-feira a 10.817,65 pontos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2011 às 11h30.
Nova York - Especialistas da Bolsa de Nova York - que segue cada vez mais abatida - esperam o anúncio de novas medidas do Fed, o banco central dos EUA, na semana que vem para a contenção da crise, aproveitando uma semana repleta de indicadores econômicos para apaziguar os temores de que a economia mundial entre em recessão.
O diretor do Fed, Ben Bernanke, deverá discursar na sexta-feira durante a conferência de Jackson Hole (Wyoming, oeste de Estados Unidos).
"Os otimistas esperam comentários sobre o que pode fazer o Fed para estimular a economia, mas eu não acredito que o banco disponha de muitas ferramentas para reforçar a confiança no mercado", disse Michael James, da Wedbush Securities.
Para James, a questão é saber até onde pode baixar o mercado antes que se chegue a um nível tão baixo que os compradores voltem a comprar.
"Estamos à mercê de desenvolvimento da situação macroeconômica, que provavelmente não vai melhorar a curto prazo", disse o analista.
Nesta semana, o índice dos 30 principais valores de Wall Street, o Dow Jones, caiu 4,00%, fechando a sexta-feira a 10.817,65 pontos, e encerrando assim sua quarta semana seguida em baixa, somando uma queda de 15% desde o dia 22 de julho.
O Nasdaq, de predomínio tecnológico, caiu 6,62%, a 2.341,84 pontos, seu nível mais baixo desde há um ano, enquanto que o índice ampliado Standard & Poor's 500 retrocedeu 4,69%, a 1.123,53.
Mais uma vez o mercado nova-iorquino viveu uma semana "de montanhas russas", disse Marc Pado, da Cantor Fitzgerald. "As incertezas são numerosas e há mais perguntas que respostas", concluiu.
A semana teve início em relativa tranquilidade, mas o Wall Street sucumbiu ao pânico na quinta-feira, quando o Dow Jones cedeu 3,68% e 1,57% no dia seguinte.
Na Europa, a crise continua dando calafrios aos corretores da bolsa, pois França e Alemanha descartaram a possibilidade de criar eurobônus europeus para fazer diluir os riscos e também negaram-se a aumentar o volume dos fundos de resgate para os países em dificuldades econômicas.
Diante da persistência da crise, os mercados especulam sobre a solidez do setor bancário europeu e sua capacidade para financiar-se.
Do lado americano, "os temores de uma recessão se reforçaram", estimaram analistas do gabinete Global Insight.
Na quinta-feira, uma série de indicadores decepcionantes sobre emprego, o setor imobiliário e industrial causaram pânico. Além disso, os bancos Morgan Stanley e JPMorgan ressaltaram em seus relatórios a ameaça de recessão.
A publicação de novas estatísticas dará o tom da próxima semana: na terça-feira serão divulgados os dados sobre as vendas de novas moradias; na quarta-feira saem os dados sobre pedidos de bens duráveis; na quinta-feira, sobre novas solicitações semanais de subsídios por desemprego, e na sexta-feira, novas estimativas de crescimento para o segundo trimestre e o índice de confiança dos consumidores.
Estas são as cotações ao final da sessão da sexta-feira nas bolsas americanas e sua variação em relação ao pregão anterior:
Dow Jones 10.817,65 -4,00%
Nasdaq 2.341,84 -6,62%
São Paulo (Ibovespa) 52.447 -1,91%
Bogotá 12.948,56 -3,46%
Buenos Aires 2.825,38 -4,77%
México 33.136,89 -0,67%
Santiago (IPSA) 4.129,71 -2,80%
Lima 19.378,12 -2,79%