Invest

Vulcabras: ações da empresa merecem ganhar mais visibilidade entre investidores, diz CEO

Companhia aprovou plano de opção de compra de ações para funcionários e diretores; em entrevista à EXAME Invest, Pedro Bartelle argumenta que fabricante tem liderado resultados do setor de consumo

Vulcabras: lucro cresceu mais de 1.300% de 2020 para 2022 (H. Neto / Fractal Fotografia Esportiva/Reprodução)

Vulcabras: lucro cresceu mais de 1.300% de 2020 para 2022 (H. Neto / Fractal Fotografia Esportiva/Reprodução)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 26 de abril de 2023 às 17h46.

Última atualização em 26 de abril de 2023 às 18h49.

Os acionistas da fabricante de calçados e artigos esportivos Vulcabras (VULC3), dona da Olympikus, da Mizuno e da Under Armour, aprovaram a criação de um novo plano de opção de compra de ações para funcionários e administradores da empresa.

O plano de opção de compra de ações funciona como uma forma de remuneração a funcionários e administradores, considerando o potencial de valorização das ações da companhia. Hoje, a ação da Vulcabras está valendo R$ 12,48, uma valorização de menos de 5% no acumulado do ano, mesmo com a companhia vivendo bom momento operacional e registrando recorde de vendas

Em entrevista à EXAME Invest dias antes da assembleia de acionistas da empresa, o CEO da Vulcabras, Pedro Bartelle, afirmou que os papéis da companhia ainda não refletiam o desempenho forte da operação. "A empresa vem se superando e batendo recordes. Está crescendo há nove trimestres acima de dois dígitos e melhorando as margens", argumenta.

Na contramão da maior parte do setor calçadista, que viu sua margem Ebitda ficar mais pressionada em 2022 depois de melhorias em 2021, a companhia conseguiu melhorar esse indicador de rentabilidade. A margem Ebitda da Vulcabras passou de 9,5% em 2020 para 20,7% ao fim de 2022. Já o lucro líquido passou de R$ 31,5 milhões no primeiro ano de pandemia para R$ 469,9 milhões ao fim do ano passado. "Nossa margem Ebitda mostra que estamos tendo crescimento inteligente", acrescenta Wagner Dantas, diretor financeiro.

Segundo Bartelle, o que a empresa precisa é de mais visibilidade por parte dos investidores. Por isso, a direção tem feito reuniões com bancos e roadshows, por exemplo. "Acreditamos que a consistência dos resultados vai mostrar isso", diz o CEO.

Começo de ano de crescimento, mas em menor ritmo

Se a receita deu saltos nos últimos dois anos, em 2023 esse avanço deve vir em menor aceleração. "As carteiras do segundo trimestre já estão construídas. Há manutenção das tendências e deve continuar crescendo receita, apesar de a variação ficar menor que 2022. Vemos consistência na captura de sinergias das três marcas, com a margem bruta expandindo e indo para a margem Ebitda", diz Dantas.

De acordo com Bartelle, depois de um período de muita oscilação de preços das matérias-primas, agora já se tem uma estabilidade. "Isso ajuda a prever melhor o preço. Mas o foco no esportivo nos ajuda a ganhar eficiência maior e pudemos nos aventurar em novas categorias", diz citando a linha de performance da Olympikus, voltada para corredores de elite.

Outra vantagem, destacam os executivos, é a companhia operar com baixa alavancagem em momento de juros mais altos. A Vulcabras encerrou o ano com alavancagem de 0,4 vez. Ainda assim, a companhia está mais cautelosa com investimentos. "Sustentamos nosso crescimento com caixa gerado, mas logicamente os investimentos estão sendo observados mais no curto prazo", afirma Bartelle.

Acompanhe tudo sobre:Vulcabras Azaleia

Mais de Invest

Como negociar no After Market da B3

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida