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"Vou levar o Atlético Mineiro para bolsa", diz Rubens Menin

Rubens Menin, investidor do Atlético Mineiro, revela à EXAME seus planos para o futuro do clube

Rubens Menin: "o torcedor é o cliente mais exigente que existe" (Leandro Fonseca/Exame)

Rubens Menin: "o torcedor é o cliente mais exigente que existe" (Leandro Fonseca/Exame)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 30 de novembro de 2024 às 12h11.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 07h09.

O Atlético Mineiro foi derrotado pelo Botafogo na final da Copa Libertadores da América 2024 no sábado, 30. Entre os milhares de torcedores que foram até Buenos Aires, capital da Argentina, para torcer pelo time de coração, estão Rubens Menin e Rafael Menin, a família que comanda a MRV.

A lista de empresas nas quais Rubens Menin atua é extensa. Além da MRV, ele tem participação no Banco Inter, Log, CNN Brasil, Rádio Itatiaia, Urba, Resia e no Atlético Mineiro. Este último é a prova de que paixão e negócio podem se misturar. Atleticano desde a infância, Rubens Menin encontrou no time uma oportunidade de investir por meio da Sociedade Anônima de Futebol (SAF).

Rubens afirma que a SAF é um sistema regulatório muito bem feito, igual ao que existe na Inglaterra, e permite que o clube seja uma empresa, com orçamento que tem que ser cumprido, governança, bons profissionais e assessoria.

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Galo Holding

Para investir no clube, Rubens, juntamente com Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, criou a Galo Holding. Os 4Rs, como são conhecidos, têm 75% das ações, e os outros 25% são da associação.

A aposta do empresário é que o futebol brasileiro se tornará um importante player na indústria mundial de entretenimento. “Teremos uma liga no Brasil tão forte quanto a dos clubes europeus”, disse Rubens Menin, em entrevista dada à EXAME. Os negócios da família Menin, especialmente a MRV, foram tema da reportagem de capa da última edição da EXAME.

A estratégia da família Menin é melhorar a governança do clube, reduzir a dívida, que chegou a 2,1 bilhões de reais, aumentar a receita e torná-lo um clube superavitário. Tudo isso baseado no modelo bem-sucedido das empresas listadas em bolsa da família Menin.

Em setembro deste ano, o Atlético Mineiro registrou uma oferta de emissão de debêntures para captar 105 milhões de reais. Foi a primeira emissão de debêntures feita por um clube no país. Os recursos captados têm um destino: quitar as pendências atuais e alongar o perfil da dívida.

Sobre os desafios de gerir um clube, a família Menin diz que o maior é lidar com a exigência da torcida. “A torcida é insaciável. Temos de ter um olhar para o presente e fazer escolhas pensando no futuro. Vamos melhorar o centro de treinamento ou contratar um atacante? Para a torcida, a resposta é sempre a segunda”, comenta Rafael Menin. Rubens brinca que os torcedores são os clientes mais exigentes que existem.

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De olho no futuro, o objetivo do novo negócio é tornar o Atlético Mineiro pioneiro em um projeto revolucionário no futebol. Para isso, a Galo Holding não descarta a abertura de capital na bolsa. “Podemos fazer o IPO até antes de 2030”, diz Rubens.

Esse seria o primeiro clube brasileiro com capital aberto. No cenário internacional, clubes como Manchester United, Juventus e Benfica já são listados em bolsa. Seria um golaço para o Galo.

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