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'Voto de confiança': Michael Klein desiste de destituir conselheiros das Casas Bahia

Empresário aumentou participação na varejista e tinha chamado assembleia para reassumir presidência do conselho

Michael Klein havia formalizado o pedido de convocação de AGE com a proposta de reassumir o cargo de presidente do conselho de administração da empresa (Germano Lüders/EXAME.com)

Michael Klein havia formalizado o pedido de convocação de AGE com a proposta de reassumir o cargo de presidente do conselho de administração da empresa (Germano Lüders/EXAME.com)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 8 de abril de 2025 às 09h15.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 09h49.

A Casas Bahia (BHIA3) recebeu uma solicitação de cancelamento do pedido de convocação de assembleia geral extraordinária por parte de Michael Klein.

O empresário, da família fundadora, que por anos foi CEO da companhia, havia formalizado o pedido de convocação do encontro de acionistas com a proposta de reassumir o cargo de presidente do conselho de administração.

Em texto enviado à época, ele também pedia a saída do conselheiro Rogério Paulo Calderón Peres, com a indicação de Luiz Carlos Nannini para a função.

"Tendo em vista o pedido de cancelamento enviado pelos acionistas, a companhia informa que a solicitação de convocação de AGE divulgada por meio do fato relevante em 1º de abril de 2025 perdeu o objeto e, portanto, a companhia não procederá com a convocação da AGE", afirma a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de ontem.

Klein diz em carta à empresa que decidiu retirar o pedido de convocação de assembleia para destituição do conselho após conversar com stakeholders nos últimos dias.

“O cancelamento do pedido para substituição parcial de membros do conselho de administração confere um voto de confiança, por mais um período, aos esforços que vêm sendo envidados pela administração, em especial pela diretoria, com vistas ao saneamento da situação financeira da companhia”, escreveu o filho do fundador.

Ao fim da carta, Klein reafirma que continuará "cobrando a retomada da rota de crescimento da companhia, tendo como foco a reconquista da confiança de clientes e investidores, em um mercado dominado por gigantes digitais".

A volta de Klein?

Nas últimas semanas, Klein vinha aumentando sua participação na companhia.

Após ter formalizado o pedido de convocação de assembleia com a proposta de reassumir o cargo de presidente do conselho de administração da empresa, no começo do mês Michael Klein enviou um comunicado à Casas Bahia informando que havia atingido posição equivalente a 10,42% em ações de emissão da companhia.

Segundo o último formulário de referência da companhia, no dia 14 se março, o empresário tinha cerca de 8,6% dos papéis.

Segundo o comunicado publicado no dia 2 de abril, o objetivo da participação acionária não seria alterar a composição do controle da companhia. Klein afirmava visar um maior envolvimento na gestão da Casas Bahia, especialmente por meio da eleição de candidatos indicados por ele — incluindo a si próprio — a membros do conselho de administração.

À época, o empresário ainda afirmava não ser parte de qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia.

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