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Volume de vendas cai e lucro da Klabin fica 25% menor no 4º tri

Companhia anuncia dividendo de R$ 345 milhões e ação será negociada cheia até dia 13 deste mês

Klabin: Menos vendas, dólar mais baixo e custo mais alto pesaram sobre resultado do trimestre (Germano Lüders/Exame)

Klabin: Menos vendas, dólar mais baixo e custo mais alto pesaram sobre resultado do trimestre (Germano Lüders/Exame)

Os reajustes de preços de celulose, papéis e embalagens ajudaram a sustentar o crescimento da receita da Klabin ( KLBN11) no quarto trimestre mesmo com a queda de 5% no volume de vendas. A receita da companhia cresceu 11% no período, para R$ 5,08 bilhões. No ano, a receita líquida somou R$ 20 bilhões, avanço de 22%.

Mas a queda nos volumes somada à valorização do real no período e ao aumento de custos foi suficiente para reduzir o lucro líquido da companhia em 25% no quarto trimestre, para R$ 790 milhões. No ano, porém, o lucro líquido cresceu 38%, para R$ 4,69 bilhões.

O Ebitda (lucro líquido antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,9 bilhão, ficando em linha com a expectativa de analistas de mercado (projeções variavam de R$ 1,8 bilhão a R$ 1,9 bilhão), um recuo de 18% ante o terceiro trimestre e estável em relação ao quarto trimestre de 2021. Já no consolidado do ano, o Ebitda somou valor recorde de R$ 7,78 bilhões, um aumento de 13% na base anual.

"Os reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres mais do que
compensaram o menor volume de vendas e a valorização do real em relação ao dólar que impacta as
exportações", diz a direção da companhia em seu comunicado.

A empresa aproveitou a divulgação de resultados para anunciar a distribuição de R$ 345 milhões em dividendos. As ações passam a ser negociadas ex-dividendos na próxima terça-feira, 14, e o pagamento é previsto para o dia 24 de fevereiro.

Vendas menores

O volume de vendas totalizou 928 mil toneladas no quarto trimestre. No ano, o volume ficou estável, em 3,852 milhões de toneladas.

Principal negócio da Klabin, o volume da celulose caiu 3% no trimestre e 1% no ano. Segundo a empresa, o recuo é resultado do menor volume de produção devido as intervenções operacionais relacionadas ao Puma II, que aliadas ao baixo volume de estoque, impactaram o volume de vendas do trimestre.

"Em relação a oferta, considerando a melhora do cenário logístico global e os menores gargalos nas
cadeias de suprimentos, verificou-se um aumento dos embarques no último trimestre do ano,
porém, ainda sem impacto da entrada de novas capacidades", diz a Klabin.

Do lado da demanda, o consumo de fibras virgens verificado nos mercados da América Latina, Europa e Estados Unidos permaneceu "relativamente estável" ao longo do trimestre, seguindo os volumes contratados para o período. "Já no mercado chinês, a demanda manteve-se deprimida ao longo do trimestre, mercado este cujo a Klabin mantém baixa exposição."

Com as mudanças de consumo causadas pela pandemia, como o aumento das vendas on-line, o segmento de papéis da Klabin seguiu resiliente. No trimestre, caiu 6%, mas saltou 12% no ano, também impulsionado pela maior demanda de papéis sustentáveis.

Já o segmento de embalagens foi um dos mais pressionados tanto no trimestre quanto no ano, caindo 8% nas duas comparações. Os resultados abaixo do esperado no varejo no fim do ano afetaram as vendas.

O volume de vendas de embalagens de papelão ondulado atingiu 209 mil toneladas no quarto trimestre, redução de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, afetado majoritariamente pela redução da safra de frutas por problemas climáticos e mercadológicos, especialmente na Europa, menor exportação de proteína, setores nos quais a Klabin possui participação relevante.

As vendas de embalagens do tipo saco também caíram 10% no trimestre. Esse tipo de embalagem é muito utilizado para no setor de cimentos, cuja demanda recuou fortemente. No entanto, a Klabin diz que conseguiu remanejar parte das venda spara embalagens de farinha e ração de animais, por exemplo.

Custos mais altos

O custo caixa de produção de celulose no quarto trimestr foi de R$ 1.338 por tonelada e no ano de 2022 de R$ 1.330 por tonelada, crescimento de 25% e 49%, respectivamente, quando comparado ao mesmo
período do ano anterior.

As principais razões para estes aumentos, diz a empresa, estão relacionadas à forte alta nos preços das commodities no período, que impactaram os custos com combustível e insumos químicos, sobretudo a soda cáustica, bem como pela inflação de serviços e mão de obra e a menor receita de venda de energia.

Também houve aumento no custo de fibras por causa da maior utilização de madeira de terceiros durante o primeiro ciclo do projeto Puma II.

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