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Volatilidade domina bolsas após eleições americanas; entenda

Em meio ao clima tenso antes de resultado, possibilidade de recontagem de votos aumenta as incertezas no mercado

 (Brian Snyder/Brandon Bell/Reuters)

(Brian Snyder/Brandon Bell/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 09h32.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 09h43.

É com ansiedade e tensão que o mercado financeiro aguarda por definições sobre as eleições americanas. Com disputa acirrada e contagem de votos ainda em aberto, a volatilidade impera nas bolsas de valores do mundo inteiro. Durante a madrugada nos Estados Unidos, o índice S&P futuro chegou a oscilar entre os terrenos positivo e negativo e o mesmo ocorreu com os principais índices de ações da Ásia e da Europa.

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“Vai ficar assim enquanto não tiver definição nas eleições e aqui não deve ser muito diferente”, afirma Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital modalmais.

Um dos fatores que chegaram a adicionar ainda mais instabilidade nos mercados foi a declaração do presidente Donald Trump, que afirmou já ter ganhando as eleições e sugeriu haver fraude na contagem de votos. “Nós vamos à Suprema Corte dos Estados Unidos. Nós queremos que toda a votação seja interrompida. Nós não queremos que eles encontrem cédulas às 4h da manhã e acrescentem isso à contagem”, disse.

Logo após a declaração, que reascendeu os temores sobre a contestação de resultados, o índice S&P 500 futurou virou para queda. “O clima de ‘já ganhou’ é normal, o mercado está mais preocupado se vai demorar muito para sair o resultado, com a recorrência à Suprema Corte para a recontagem de votos. Isso deve trazer mais estresse para os investidores”, diz Bandeira.

Mas embora tenham tocado o terreno negativo, o S&P 500 futuro retomou o movimento de alta, acompanhando o futuro do índice Nasdaq, que chegou a tocar 4% de alta de madrugada. “Está parecendo uma montanha-russa”, comenta Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

Segundo Spyer, a alta dos índices americanos e, principalmente, do Nasdaq futuro reflete a expectativa do mercado de que o presidente Donald Trump seja reeleito. “Tanto que quando o Joe Biden virou em Wisconsin, o Nasdaq futuro, que estava com mais de 2,5% de alta, caiu para 1,9% de alta. O mercado ainda acredita que vai dar Trump”, afirma. “O Biden já havia alertado sobre aumento de impostos sobre as grandes empresas de tecnologia”, recorda.

Com o resultado ainda indefinido, Spyer acredita que a vitória de Biden deve trazer ainda mais apreensão para o mercado, visto que a possibilidade de o Trump contestar o pleito se tornaria iminente. Mas até ter algum resultado na mesa, sua única certeza é que haverá volatilidade.

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