Sem um adversário forte, Romney continuará sendo visto como o candidato mais capaz de derrotar o presidente democrata Barack Obama (Chip Somodevilla/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 16h17.
Washington - O azarão Rick Santorum quase superou Mitt Romney na primeira disputa estadual pela indicação do Partido Republicano à Presidência dos EUA, na terça-feira. Embora a votação em Iowa tenha sido apertada, o resultado mantém Romney -ex-governador de Massachusetts e magnata dos fundos de investimentos, adepto de políticas econômicas convencionais e previsíveis- como claro favorito para receber a indicação. Investidores que apostam no "status quo" podem respirar um pouco aliviados.
A disputa na prática se limitou a três candidatos. O moderado Romney, que traz um estilo tecnocrata para a campanha, obteve 25 por cento dos votos. O conservador Santorum, ex-senador pela Pensilvânia, teve oito votos a menos que Romney, e também marcou 25 por cento. O libertário deputado Ron Paul, conhecido por suas críticas ao Federal Reserve (Banco Central dos EUA) não ficou muito atrás -teve 21 por cento. Uma derrota de Romney no Estado faria com que um nome claramente conservador se firmasse na disputa.
Sem um adversário forte, Romney continuará sendo visto como o candidato mais capaz de derrotar o presidente democrata Barack Obama na eleição geral de novembro. Romney deve vencer com facilidade a eleição primária de New Hampshire, na semana que vem, e aparece bem à frente de Santorum e Paul nas pesquisas nacionais entre os republicanos. Os mercados já haviam previsto com precisão essa consequência aparentemente inevitável. Romney tem 80 por cento de chance de ser o candidato republicano, segundo a Intrade.
Suas políticas econômicas de centro-direita devem agradar a muita gente em Wall Street, especialmente quando comparadas às propostas de Paul para acabar com o Fed e vincular o dólar a um padrão-ouro. Iowa também serviu para colocar em dúvida outra candidatura conservadora, a de Newt Gingrich, que conseguiu apenas um distante quarto lugar. Assim, os mercados também devem ser poupados das suas políticas econômicas potencialmente imprevisíveis.
Se for eleito presidente, Romney provavelmente vai defender um Fed ligeiramente mais agressivo. Ele deixaria intactas as alíquotas dos impostos pessoais, e reduziria os impostos corporativos. É possível que busque reduzir os gastos públicos, mas não de forma dramática. Em suma, ele provavelmente defenderia o atual estado de coisas, o que garante alguma certeza aos mercados. É verdade que a ascensão de Santorum na reta final da campanha em Iowa mostra que os conservadores continuam famintos por um candidato forte para enfrentar Romney. Mas o quadro geral é positivo para o ex-governador. Sem um oponente à altura, Romney continua sendo o homem a ser batido. REUTERS ES