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Verde: fundo de ações cai com Natura e Hapvida enquanto multimercado sobe

Queda das bolsas globais afeta papéis brasileiros e reduz ganhos da gestora

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management em evento do Credit Suisse em São Paulo antes da pandemia | Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management em evento do Credit Suisse em São Paulo antes da pandemia | Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Beatriz Quesada

Publicado em 11 de maio de 2022 às 12h15.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 12h21.

A Verde Asset, gestora criada por Luis Stuhlberger e que tem cerca de R$ 43 bilhões em ativos sob gestão, registrou em abril o pior mês para seu fundo de ações desde março de 2020, auge da pandemia. O Verde AM Ações FIC FIA caiu 12,83% no mês passado, acima do recuo de 10,10% do Ibovespa no período.

O principal motivo para a queda, segundo relatório de gestão da Verde, foi a elevação da taxa básica de juros nos Estados Unidos, que enxugou liquidez nos mercados globais e colocou em terreno negativo o fluxo de capital estrangeiro que vinha sustentando as altas da bolsa brasileira nos três primeiros meses do ano.

As maiores contribuições negativas vieram de Natura (NTCO3) e Hapvida (HAPV3). A Natura foi derrubada por um comunicado divulgado pela empresa indicando que os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano – que só foram divulgados em maio – seriam piores do que a expectativa. 

A projeção se confirmou, e a empresa apresentou uma queda de 13% na receita no trimestre. Para a Verde, no entanto, as perdas podem ser temporárias.

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“A Natura está em um momento desafiador em função da pressão de margem causada pela alta dos custos de matéria prima e dos desafios iniciais da reestruturação da Avon. Entendemos que a pressão na margem é temporária e que a empresa deve recuperá-la através de ganhos de eficiência e repasses de preço, o que ocorre ao longo do tempo”, afirmou a Verde em relatório.

A preocupação com os resultados do primeiro trimestre também pressionou as ações da Hapvida. “O descasamento entre a alta dos custos médicos e os reajustes dos planos de saúde (no plano individual o reajuste foi de -8,2% em 2021) ainda pressionam sua margem. Ao longo dos próximos trimestres, esperamos uma melhora expressiva neste indicador, conforme esse descompasso é corrigido e as empresas recentemente compradas são absorvidas pela Hapvida”, disse a gestora.

A Hapvida e a NotreDame Intermédica concluíram o processo de fusão em fevereiro deste ano, o que deve trazer “um espaço enorme para a geração de sinergias” na visão da Verde.

O fundo de ações da Verde acumula queda de 24% nos últimos 12 meses, enquanto o Ibovespa caiu 9,27% no período. O fundo, no entanto, registra ganho acumulado de 910,56% desde a criação do produto, em 2005, contra ganho de 336,76% do principal índice da bolsa no mesmo intervalo.

Por outro lado, o fundo multimercado da casa, o Verde FIC FIM – que tem retorno acumulado de 19.910% desde sua criação em 1997 – registrou ganhos. O principal produto da Verde subiu 1,02% em abril, enquanto o índice de referência, o CDI, rendeu 0,83% no período.

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Assim como no fundo de ações, as perdas do multimercado estiveram relacionadas a posições na bolsa local. Ainda assim, os ganhos em posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, com inflação implícita no Brasil, com opções de petróleo e com hedges em bolsa global foram suficientes para manter o fundo no campo positivo.

“O fundo começou a reduzir suas posições tomadas em juro nos EUA e em menor medida na Europa. Continuamos comprados em inflação implícita no Brasil, e em petróleo via opções. As alocações de bolsa estão concentradas em ações brasileiras”, afirmou a gestora em relatório.

O fundo Verde registrou um desempenho positivo de 8,22% no acumulado do ano de 2022. 

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