Analistas ainda veem oportunidade de compra das ações (Ricardo Moraes/Reuters)
As ações da Vale (VALE3) encerraram esta quarta-feira, 20, em queda de 2,16%. A desvalorização ocorre após a divulgação do relatório de produção do segundo trimestre, na última noite, 19.
A Vale produziu 74,1 milhões de toneladas de minério de ferro no período, levemente abaixo do consenso de mercado da Bloomberg, que era de 76,9 milhões de toneladas. Mas a grande decepção ficou com o guidance de produção para este ano, que caiu de 320 a 335 para 310 a 320 milhões de toneladas de minério de ferro.
"A faixa intermediária do guidance de minério de ferro da Vale não implica em crescimento de produção em relação ao ano passado, o que é decepcionante e provavelmente alimentará as preocupações dos investidores sobre a capacidade da empresa de retomar a produção para os níveis de acidentes anteriores a Brumadinho de 385 milhões de toneladas" reiteram analistas do Goldman Sachs.
A companhia explica que a mudança é para garantir a flexibilidade da produção, dada as condições do mercado, além de estar de acordo com a filosofia de value over volume (valor acima do volume, em português) da empresa.
A redução do guidance levou o BTG Pactual a estimativa de lucro da Vale em cerca de 5% -- considerado pequeno pelos analistas.
O BTG ainda pontuou que a menor oferta da Vale pode criar uma pressão de preço no mercado de mineração de ferro.
A queda das ações, segundo os analistas, pode representar uma oportunidade de compra. O preço-alvo do BTG para ação, d R$ 125, representa um potencial de alta de 81% em relação à cotação do último fechamento, de R$ 68,88.
Os analistas ainda disseram ter uma visão otimista para a demanda por minério de ferro na China, dado os esforços do Banco Popular da China (PBOC) em impulsionar a economia por meio de incentivos fiscais e monetários.
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