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Vale não é uma opção para o curto prazo, diz Itaú BBA

Queda na produção, baixos preços do minério de ferro e desaceleração na economia chinesa devem afetar o desempenho da empresa no curto prazo


	Baixos preços do minério de ferro impactam desempenho da Vale no curto prazo

Baixos preços do minério de ferro impactam desempenho da Vale no curto prazo

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 09h03.

São Paulo - A queda na produção e a desaceleração na economia chinesa tornam a ação da Vale uma má opção para compra no curto prazo. Segundo o Itaú BBA, a perspectiva para o curto prazo é negativa e por isso o banco de investimentos rebaixou os papéis preferenciais de classe A da mineradora para desempenho em linha com a média do mercado (market perform) e estipulou um novo preço-alvo de 42 reais por ação para 2013. 

Segundo Marcos Assumpção, analista que assina o relatório, a projeção é de que os resultados do terceiro trimestre sejam fracos, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 3,2 bilhões de dólares (queda de 42% em termos trimestrais).

O minério de ferro e seus baixos preços – empurrados para baixo pela fraca demanda da China o maior comprador da commodity – foram os maiores responsáveis pela queda. Em razão disso, o analista reduziu as estimativas para o preço do minério de ferro em 2013. Em sua projeção, o valor passa de 92 dólares por tonelada para 87 dólares por tonelada. O volume a ser vendido também foi também revisado para baixo: de 320 para 315 milhões de toneladas. 

Marcos acredita que os dividendos também serão menores, assim como a geração de fluxo de caixa livre. Para 2013, os dividendos devem ficar em 4 bilhões de dólares, ante os 6 bilhões de dólares distribuídos em 2012. 

Apesar do cenário desafiador no curto prazo, o analista reitera sua preferência pela Vale em relação às siderúrgicas. Além disso, ele destaca que a administração da companhia está abrindo o para o crescimento futuro da companhia, priorizando os projetos com os melhores retornos e está focada em retornar valor aos acionistas.

Produção

A Vale anunciou ontem que sua produção no terceiro trimestre caiu 4,6% na comparação com um ano antes, ficando em 83,9 milhões de toneladas. Enquanto isso, suas principais concorrentes, Rio Tinto e BHP Billiton, anunciaram crescimento em suas produções. 


Com isso, a Vale reduziu sua participação no mercado global de minério de ferro. A fatia que era de 28% em 2011, agora está em 26%, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Industries. 

China

O resultado do PIB Chinês também é negativo para a Vale, visto que as indústrias de aço do país são as maiores compradoras do minério de ferro brasileiro.

A economia da China desacelerou pelo sétimo trimestre seguido entre julho e setembro, ficando aquém da meta do governo pela primeira vez desde o pior da crise financeira global. O PIB cresceu 7,4% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior. 

Em 2011, a economia chinesa cresceu 9,2%. O país tinha uma média anual de crescimento de cerca de 10% por três décadas.

Segundo o Credit Suisse com esse mau resultado a China já chegou ao seu pior cenário. O analista Dong Tao afirma que alguns indícios dão conta de que a economia não vai mais piorar. Entre eles está a ascensão dos investimentos em infraestrutura, a melhoria na exportação aos EUA, e o consumo que se manteve resiliente. 

“A economia crescendo 7% é medíocre para os padrões chineses, mas a redução do risco de um pouso difícil já é positivo para o mercado, na nossa opinião, especialmente levando em conta a forma negativa como o mercado encara a economia chinesa neste momento”, diz Dong. 

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