Emy destaca os papéis que o JPMorgan espera que apresentem os maiores retornos em termos de pagamento de dividendos para o investidor. São eles Cemig, Telefônica do Brasil, Energias do Brasil, Santos Brasil e AmBev (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 19h23.
O banco americano JPMorgan recomenda o México como melhor opção na América Latina e tem recomendação neutra para o Brasil. Mas, apesar de ver a economia brasileira crescendo menos, acredita que algumas empresas serão beneficiadas pela alta do dólar.
Segundo a estrategista de ações para o Brasil, Emy Shaio Cherman, a alta da moeda americana beneficiará as exportadoras brasileiras, entre elas a mineradora Vale, a fabricante de celulose Fibria e a fabricante de motores e chassis Iochpe.
Alta do dólar vai continuar
Pedro Martins, estrategista para América Latina do JPMorgan, observa que a alta do dólar deve se manter, pela piora nas perspectivas da China, que afetam as commodities, a normalização dos juros nos Estados Unidos e pela piora das contas externas brasileiras neste ano.
O déficit de contas correntes do país atingiu 3% do PIB em abril, o maior nível desde julho de 2002. A pressão dos países desenvolvidos, especialmente o Japão, desvalorizando suas moedas, também tendem a piorar as contas externas brasileiras e incentivar a desvalorização do real.
Emy Shaio vê potencial de ganhos também no setor financeiro, por conta da redução da inadimplência e pelo crescimento mesmo que modesto da economia, que podem ajudar os bancos a aumentar suas carteiras de crédito com mais qualidade.
Outro setor beneficiado deve ser o de concessões, pelo esforço que o governo brasileiro fará para tentar aumentar os investimentos em infraestrutura e para cumprir os prazos das obras necessárias para a Copa do Mundo e Olimpíada. O setor de consumo que não depende de crédito também está entre os destaques do banco americano, assim como o de educação.
Dividendos maiores
Emy destaca os papéis que o JPMorgan espera que apresentem os maiores retornos em termos de pagamento de dividendos para o investidor. São eles Cemig, Telefônica do Brasil, Energias do Brasil, Santos Brasil e AmBev.
O JPMorgan fez uma apresentação hoje aos clientes para discutir qual seria a melhor opção de investimento hoje na América Latina, se o Brasil ou o México. Dos 17 pontos analisados, incluindo perspectivas macroeconômicas, mercados e valor das empresas, o México se saiu melhor em 11. O banco recomenda investimento no México, apesar das valorizações recentes, e apenas manter as ações no Brasil.
O banco reviu para baixo sua projeção para o crescimento deste ano do Brasil, de 3% para 2,5%, abaixo dos 3% do México. E o crescimento potencial brasileiro foi reduzido em 0,5 ponto percentual, para um nível entre 3% e 3,5% ao ano.