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Vale fará IPO de unidade de fertilizantes no 2º semestre

Oferta poderá incluir até 49% do capital da unidade; empresa cuida de “providências burocráticas” para realizar o IPO

Mina da Vale: empresa vê aumento de demanda pela participação da unidade (Kiko Ferrite)

Mina da Vale: empresa vê aumento de demanda pela participação da unidade (Kiko Ferrite)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 14h03.

Rio de Janeiro - A Vale SA, que comprou US$ 5,8 bilhões em ativos de fertilizantes no ano passado, planeja vender até 49 por cento da unidade em uma abertura de capital no segundo semestre.

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, está em discussões com instituições financeiras, incluindo o Deutsche Bank AG, para contratar coordenadores para a oferta de 25 por cento a 49 por cento da unidade, disse Mario Barbosa, que comanda a unidade de fertilizantes da Vale, em entrevista ontem em São Paulo.

A companhia quer mais do que triplicar sua produção de potássio e rocha fosfática para 16,1 milhões de toneladas até 2015. A demanda por esses minerais cresce com o aumento na procura da população por alimentos. A Vale pretende investir cerca de US$ 2,5 bilhões em sua unidade de fertilizantes em 2011, cerca de 10 por cento dos investimentos totais da empresa este ano, desenvolvendo projetos em países como Brasil e Argentina.

“Estamos tomando todas as providências internas para que a empresa esteja preparada para fazer o IPO”, disse ele. “O que tenho notado é uma demanda grande de interessados em participar da empresa.”

É “pouco provável” que a Vale compre mais ativos no setor de fertilizantes antes da abertura de capital e a empresa não está negociando a aquisição da Cibrafertil, unidade de fertilizantes da Paranapanema SA, disse Barbosa. A Copebrás SA, fabricante de fosfato controlada pela Anglo American Plc, tem uma “tremenda” sinergia com as operações da Vale no Centro- Oeste, disse Barbosa.

O diretor financeiro da Vale, Guilherme Cavalcanti, disse em uma entrevista em Londres, em 20 de outubro, que a abertura de capital não estaria pronta antes do segundo trimestre de 2011. Os atrasos são devidos a “providências burocráticas”, disse Barbosa ontem.

Consolidação

Há um movimento de consolidação no setor de fertilizantes, à medida que a demanda pelos nutrientes que melhoram a produtividade das plantações cresce com o aumento na população e com o ganho do poder de compra nos mercados emergentes. A OAO Uralkali, maior produtora de potássio da Rússia em valor de mercado, aceitou comprar a OAO Silvinit por US$ 8,2 bilhões em dezembro. Na mesma época, a BHP Billiton, maior mineradora do mundo, não conseguiu comprar a Potash Corp. of Saskatchewan Inc. por US$ 40 bilhões.

A Vale espera iniciar os trabalhos em seu projeto Rio Colorado, na Argentina, ainda neste ano, após conseguir as licenças exigidas pelas autoridades locais, disse Barbosa, de 64 anos. O projeto, que a Vale comprou do Rio Tinto Group em 2009 por US$ 850 milhões, deve começar a produzir no segundo semestre de 2013 para “principalmente” atender a demanda brasileira por fertilizantes, disse ele.

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