Selic: para economistas do UBS,o BC deveria ter uma ação mais agressiva e preventiva (alexsl/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 16 de março de 2020 às 10h26.
Última atualização em 16 de março de 2020 às 23h01.
São Paulo — Com o agravamento das perspectivas econômicas globais, reflexo da pandemia de coronavírus Covid-19, e com a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central americano, de reduzir os juros a zero ontem, o banco de investimento suíço UBS pede que o Banco Central brasileiro aja imediatamente. O UBS sugere que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) antecipe para hoje a reunião agendada para amanhã e quarta-feira e que corte já a taxa básica de juro Selic em 1 ponto percentual, para 3,25% ao ano.
“Acreditamos que essas medidas justifiquem uma ação mais agressiva e preventiva do Banco Central. Prevemos agora um corte imediato na taxa de 100 pontos-base, levando a Selic para 3,25%”, escreveram os economistas do banco Tony Volpon e Fabio Ramos em relatório enviado a clientes.
Os contratos de juros futuros de curto prazo negociados na B3 estão projetando uma redução da Selic. O que tem vencimento em 1o de abril, segundo mais negociado, está em 3,81%.
Além do corte da Selic, o UBS diz acreditar ainda que outras medidas são necessárias para garantir a liquidez, como a flexibilização das exigências de reservas para os bancos e o anúncio de um programa de intervenção cambial mais estruturado.
“Não vemos motivos para o Banco Central aguardar sua reunião regular do Copom para definição de taxas e acreditamos que seja provável que anuncie essas medidas nesta segunda-feira”, escreveram os economistas do banco suíço.
Os economistas do UBS disseram também que vão monitorar os mercados para atualizar as projeções de crescimento. Por ora, o UBS espera uma queda de 5% no PIB do segundo trimestre e um crescimento de 1,3% no produto interno bruto brasileiro em 2020. “Mas vemos um potencial risco negativo para nossas previsões para o ano inteiro, pois nossas expectativas de uma recuperação de 7,5% no terceiro trimestre podem ser otimistas demais”, escreveram Volpon e Ramos.