Bandeira suíça diante de agência do banco UBS em Berna (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2012 às 10h48.
São Paulo - O UBS AG, o maior banco da Suíça, e o Brasil Plural SA Banco Múltiplo, sediado em São Paulo, estão negociando a compra da área de gestão de fortunas do BNP Paribas SA no Brasil por cerca de US$ 50 milhões, segundo uma pessoa com conhecimento direto do assunto.
O BNP, o maior banco da França, está também negociando com outros potenciais compradores e nenhum acordo foi fechado, disse a pessoa, que não nomeou os outros interessados e pediu para não ser identificada porque as negociações são privadas. A área tem R$ 7 bilhões sob sua gestão.
Bancos europeus como o BNP Paribas, sediado em Paris, estão vendendo ativos em meio a um aperto na liquidez em dólar e para cumprir com regras mais restritas de capitalização dos bancos do acordo de Basileia III, do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia. O BNP vendeu cerca de 10 por cento de seus empréstimos feitos às empresas e bancos da América Latina nos últimos 12 meses, ou US$ 1,2 bilhão, disse no mês passado Louis Bazire, responsável pela área corporate e de banco de investimento para a região.
O UBS está tentando há mais de 24 meses obter uma licença para atuar como um banco no Brasil, ainda não foi aprovada pelo Banco Central.
A Plural, que foi fundada como uma gestora de recursos e empresa de consultoria em fusões e aquisições em 2009 por ex- sócios do Banco BTG Pactual SA, recebeu autorização para operar como um banco em 23 de agosto. Em maio, a empresa disse que iria adquirir a Geração Futuro Corretora de Valores SA. O negócio ainda não foi aprovado pelo BC.
Importância global
Os assessores de imprensa de BNP, UBS e Plural disseram que os bancos preferem não comentar o assunto. A revista Exame publicou no dia 27 de setembro que o BNP está procurando vender a área de gestão de fortunas no Brasil.
A divisão de gestão de fortunas do UBS, baseado em Zurique, representou 50 por cento da receita global do banco no primeiro semestre de 2012. Somente nas Américas o negócio foi responsável por 23 por cento.
Brian Hull, vice-chairman da divisão de gestão de fortunas das Américas, disse no mês passado que está confiante que o negócio pode atingir um lucro antes dos impostos de US$ 1 bilhão. A divisão, chefiada por Robert McCann, registrou lucro antes dos impostos de US$ 420 milhões no primeiro semestre de 2012.