Companhias buscam liderança no mercado de robôtaxi e focam em diferentes estratégias para alcançar objetivo. (GM/Divulgação)
Redator na Exame
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 09h23.
A competição para liderar o mercado de robôtaxis está se intensificando, com Tesla, Waymo e Uber adotando abordagens diferentes para ganhar a preferência dos consumidores.
Com o evento "Robotaxi Day" da Tesla programado para esta semana, Elon Musk apresentará uma visão para o futuro dos transportes autônomos.
Mas, enquanto Tesla e Waymo desenvolvem a tecnologia para operar veículos autônomos, Uber se destaca pelo modelo de negócios flexível e pelo amplo alcance já estabelecido. As informações são da Business Insider.
Apesar de não ter carros autônomos próprios, a Uber se posiciona de maneira única. A empresa abandonou o desenvolvimento de veículos autônomos para focar na expansão de sua plataforma, conectando motoristas e passageiros em diversos países.
Atualmente, a Uber é amplamente usada porque consumidores sabem que há alta disponibilidade de motoristas e, do lado dos motoristas, a garantia de passageiros pagantes é atrativa. Essa rede de oferta e demanda estabelecida é um dos maiores trunfos da Uber, que atualmente tem um valor de mercado próximo de US$ 160 bilhões (R$ 896 bilhões).
O modelo de negócios da Uber, que opera sem precisar manter uma frota própria de veículos, lhe dá flexibilidade e reduz custos. No segundo trimestre de 2024, a Uber gerou US$ 1,7 bilhão (R$ 9,52 bilhões) em fluxo de caixa livre, destacando-se como uma plataforma que cresce sem as despesas de manutenção que competidores com frotas de veículos autônomos enfrentariam.
O custo de operação de uma frota de robôtaxis representa um desafio. Segundo estimativas de analistas, seriam necessários entre 350 mil e 400 mil veículos autônomos para substituir a atual rede de motoristas de aplicativo nos Estados Unidos.
O custo de cada carro robôtaxi gira em torno de US$ 150 mil (R$ 840 mil), o que resulta em um investimento superior a US$ 50 bilhões (R$ 280 bilhões) apenas para iniciar a operação.
Além disso, esses carros precisam de manutenção constante, armazenamento de dados e sistemas de monitoramento remoto. E enquanto a Uber não paga pelos custos de "tempo ocioso" dos motoristas, empresas como Waymo e Tesla enfrentariam custos fixos mesmo quando seus robôtaxis estivessem inativos.
A Uber, que já firmou acordos com Waymo e Cruise, empresa de carros autônomos da General Motors, se beneficia ao integrar veículos autônomos em sua rede, sem ter de arcar com os custos de manutenção. Ao agregar uma base de usuários já ativa, a Uber garante que essas empresas de veículos autônomos terão uma rede de consumidores para compensar os altos custos fixos.
Enquanto Waymo e Tesla enfrentam o desafio de estabelecer uma base sólida de usuários, a Uber já possui essa estrutura. Assim, a empresa de transportes pode se manter competitiva mesmo que carros autônomos ganhem espaço, atuando como parceira para empresas que precisam de uma rede já consolidada.Waymo e Tesla têm vantagens tecnológicas significativas, mas a Uber, com sua base estabelecida de usuários e motoristas, e seu modelo de negócios leve, pode se mostrar uma concorrente de peso. No entanto, o cenário ainda está se formando, e o sucesso dependerá da capacidade de cada empresa em adaptar suas operações aos desafios únicos que o mercado de robôtaxis apresenta.
À medida que o mercado de transporte autônomo se desenvolve, a estratégia adotada por cada empresa e suas colaborações serão fatores determinantes para o sucesso. Com sua rede consolidada e parcerias estratégicas, a Uber pode surpreender e se consolidar como uma peça-chave nesse setor em ascensão.