Aplicativo da Uber (Reprodução/Unsplash)
Guilherme Guilherme
Publicado em 2 de agosto de 2022 às 10h06.
Última atualização em 2 de agosto de 2022 às 18h06.
As ações da Uber saltaram quase 19% no na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) nesta terça-feira, após a empresa divulgar seu balanço do segundo trimestre nesta manhã. Os BDRs da Uber (U1BE34), expostos à variação cambial, chegam a subir 23%, também beneficiados pela alta do dólar neste pregão.
A companhia teve prejuízo líquido de US$ 2,6 bilhões contra lucro líquido de US$ 1,14 bilhão do segundo trimestre de 2021. O prejuízo por ação ficou em US$ 1,32. A receita líquida, por outro lado, mais do que dobrou de tamanho, de US$ 3,93 bilhões para US$ 8,07 bilhões. Já o Ebitda ajustado cresceu na comparação anual de US$ 509 milhões negativo para US$ 364 milhões positivo.
Tanto o Ebitda quanto a receita superaram o consenso de mercado da Bloomberg, que era de US$ 265,9 milhões e US$ 7,39 bilhões, respetivamente. O Ebitda, por sinal, também saiu acima do guidance da Uber para o período, de US$ 240 milhões a US$ 270 milhões. Só o resultado líquido ficou pior que o consenso, que era de menos da metade do prejuízo apresentado.
Mas o grande destaque do resultado ficou com o fluxo de caixa livre, que ficou positivo em US$ 382 milhões contra US$ 392 milhões negativo do mesmo período do ano passado. Esta foi a primeira vez que a Uber registrou fluxo de caixa livre positivo em seu balanço.
"Tornamo-nos um gerador de fluxo de caixa livre no segundo trimestre, conforme continuamos a escalar nossa plataforma de ativos leves e continuaremos a aproveitar esse momento”, disse Nelson Chai, CFO da Uber, em balanço. “Isso marca uma nova fase para a Uber, autofinanciando o crescimento futuro com alocação disciplinada de capital, enquanto maximiza os retornos de longo prazo para os acionistas."
O CEO Dara Khosrowshahi também ressaltou a importância do resultado. "Desafiei nossa equipe a cumprir nossos compromissos de lucratividade ainda mais rápido do que o planejado - e eles cumpriram", afirmou.
O maior crescimento da Uber ocorreu justamente em seu principal mercado: a região dos Estados Unidos/Canadá. Por lá, a receita da Uber saltou 150%, passando de US$ 1,98 bilhão para US$ 4,94 bilhões. Na Europa, o faturamento dobrou para US$ 1,85 bilhão , enquanto cresceu 57% na América Latina para US$ 481 milhões. A menor expansão ocorreu na Ásia, onde a receita aumentou 14% para US$ 810 milhões.
Na frente de mobilidade, a receita da Uber saltou de US$ 1,62 bilhão para US$ 3,56 bilhões. Em delivery, o aumento foi de 37% para US$ 2,688 bilhões. Mas foi na divisão de transporte aéreo onde houve o maior incremento, de US$ 348 milhões de receita para US$ 1,832 bilhão. A expansão foi proporcionada principalmente pela compra da Transplace, concluída em novembro.
Apesar das preços de custos de combustíveis no segundo trimestre, a Uber manteve a margem Ebitda estável em relação ao primeiro trimestre, em 5,8% na frente de mobilidade. A margem do mesmo período de 2021 foi de 2,1%. A companhia atribuiu a melhora do indicador à "redução significativa nos investimentos em fornecimento de motoristas" e à melhora dos custos de alavancagem.
A companhia encerrou o segundo trimestre com 122 milhões de usuários ativos e 1,87 bilhão de viagens feitas, representando crescimento anual de 21% e 24%, respectivamente
Alterações no modelo de negócio da Uber no Reino Unido esteve por trás dos melhores resultados em mobilidade, segundo a empresa. As reservas brutas ficaram US$ 29,1 bilhões, próximo do teto do guidance para o período, que era de US$ 29,5 bilhões.
Para o terceiro trimestre, a Uber espera crescimento do Ebitda para entre US$ 440 milhões e US$ 470 milhões e manutenção das reservas brutas próxima de US$ 29 bilhões e US$ 30 bilhões