Obras em Ribeirão Preto: empresa tem "excelente" posicionamento na cidade, destaca analista (Divulgação/ Site Trisul)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2011 às 17h01.
São Paulo – O retorno da incorporadora e construtora Trisul (TRIS3) às origens de empreendimentos de média e alta renda pode abrir um cenário mais tranquilo para as ações que em 2011 já caíram 40%, analisa a casa independente de análise Empiricus Research, em relatório.
“Já manifestamos apreço pelas ações a esse valuation, de modo que o interesse se concentrava basicamente na condução da mudança se estratégia da companhia, resgatando o tradicional foco na média/alta renda, e na gestão de caixa”, afirma Felipe Miranda, analista que assina o relatório.
Miranda esteve reunido com no último final de semana com a direção da empresa e disse estar convencido de que o abandono das operações voltadas à baixa renda e o foco na geração de caixa “compõem estratégia acertada”.
Para ele, os papéis podem voltar ao nível do IPO (Oferta Inicial de Ações) de 11 reais. Hoje as ações são negociadas próximas do patamar de 4 reais. A forte queda de 40% em 2011 está relacionada ao desempenho fraco do último trimestre de 2010.
Tropeço
A Trisul revelou um prejuízo líquido de 18 milhões de reais no período, contra um lucro líquido de 20 mi de reais no trimestre anterior. Em 2010, o lucro chegou a 39 mi de reais e uma margem líquida de 5%. O vilão, segundo Miranda, foi o segmento da baixa renda.
“A empresa apresentou problemas de execução associados às peculiaridades de atuação na baixa renda e estouro do orçamento em algumas obras”, explica o analista. Além disso, os resultados trouxeram preocupações quanto aos indicadores de liquidez.
A dívida total chegou a 1,099 bi de reais em 2010, sendo 462 mi com vencimento de curto prazo. “Relativamente ao patrimônio líquido de 503 mi de reais e ao Ebitda anual de 120 mi de reais, trata-se de um nível preocupante”, aponta.
Compra forte
A aposta da Empiricus está no entendimento de que a empresa sabe a importância de um maior foco à administração do caixa em um momento de baixa liquidez e também de vender o banco de terrenos de baixa renda.
Miranda não arrisca dizer o exato momento de inflexão dos números e ainda vê os resultados pressionados no primeiro trimestre, “o que pode implicar demora à recuperação das ações”.
A recomendação, portanto, é de que a compra dos papéis seja feita por investidores com perfil de médio e longo prazo e sem restrições de liquidez. Para eles, o analista não titubeia: “Recomendamos compra forte das ações”.